Uma verdadeira romaria de apoio à ex-senadora Serys Slhessarenko (PT) aconteceu nas últimas horas, desde que no domingo passado foi anunciada a decisão do Conselho de Ética do Partido dos Trabalhadores de ter aprovado por maioria a expulsão da filiada que tem mais vinte anos de mandato conquistados pelo PT. "Estamos sendo bastante assediados, o que demonstra nosso valor, nossa luta pela causa e principalmente que o PT não tem dono, é de todos e não de uma pessoa só e seu séquito", frisou ela sem se referir a Carlos Abicalil.
Serys mandou um duro recado para o PT e para aqueles que estão mais próximos do ex-deputado Carlos Abicalil e seu grupo político: "Não saio sem brigar muito. Não fiz nada de errado. Estou sendo condenado por ser leal, trabalhar pelo engrandecimento do país". frisou a senadora, lembrando que o recado das urnas era para ser melhor assimilado. "Ou nos unimos, ou estaremos rumo à desconstrução de um partido histórico para a sociedade e para o Brasil, que é o PT", disparou.
A ex-senadora evitou falar em deixar o PT, mas confirmou que nos últimos dias recebeu manifestações importantes e que podem ser interpretadas como o reconhecimento pelo trabalho que desempenhou sempre em prol do Brasil e da população mais carente. "Daqui não saio fácil. Vou me defender e ir até as últimas instâncias", assegurou.
Como já foi notificada, Serys tem 5 dias para apresentar sua defesa perante o diretório regional, que é a instância maior e que é quem pode ou não acatar um processo deste. "Todo este processo está eivado de irregularidades, pois em nenhum momento eu fui notificada de quando seriam apreciadas as falsas denúncias que formalizaram contra mim para poder justificar o fiasco eleitoral do PT em todo Mato Grosso e o que é pior, participando de uma coligação vencedora como aconteceu em outubro passado".
Se todos os punidos, Serys, Lúdio Cabral, Verinha Araújo e Eroisa Mello, foram notificados ontem, até no dia 21, sábado, acontece a reunião do diretório regional do PT, que terá a palavra final a respeito do futuro dos mesmos perante a agremiação. A única recomendação da comissão de ética para expulsão foi justamente contra Serys, sendo que o vereador por Cuiabá, Lúdio Cabral, a ex-deputada, Verinha Araújo, atual secretária-adjunta de Justiça, e a suplente de deputada Eroísa Mello, foram punidos apenas com suspensões político-partidárias.
Serys é acusada de infidelidade partidária e de ter nos bastidores apoiado a candidatura do hoje senador Pedro Taques (PDT), contrariando inclusive a decisão nacional de caminhar junto com os partidos da base. Em Mato Grosso, o candidato era o governador e hoje reeleito Silval Barbosa (PMDB), que para evitar uma guerra eleitoral dentro da campanha chegou a convidar a então senadora petista para ser sua vice. Ela recusou.