Os destroços do Boeing 737-800 da Gol, que caiu em Mato Grosso, estariam espalhados em uma área de mais de um quilômetro, segundo apurou a reportagem com pessoas ligadas ao resgate. Os destroços do avião foram localizados por volta das 9h deste sábado, em uma área de mata muito fechada, a 200 km do município de Peixoto de Azevedo.
A Aeronáutica informou que os militares envolvidos nos trabalhos de busca não encontraram indícios de sobreviventes. O avião, que transportava 149 passageiros e seis tripulantes. Trata-se do maior acidente da história da aviação brasileira.
O avião, que havia saído de Manaus com destino a Brasília, perdeu contato por volta das 17h de sexta-feira. As equipes da FAB (Força Aérea Brasileira) chegaram ao local onde foram encontrados os destroços aproximadamente 20 horas após o provável horário da queda.
O acesso ao local foi feito a partir de uma clareira próxima. Uma vez no local, foram iniciados os trabalhos para abrir mais espaços na mata para permitir o pouso de outros helicópteros.
A dificuldade de acesso ao local do acidente reduz cada vez mais as chances de que as equipes de resgate localizem e resgatem possíveis sobreviventes. Mesmo assim, a FAB ordenou que o hospital de Peixoto Azevedo deixe médicos de prontidão para receber possíveis feridos.
Além de militares abrirem clareiras em meio à vegetação, dois pára-quedistas foram lançados para avaliarem e ampliarem uma área próxima para servir de pista de pouso e apoiar as operações de resgate.
Colisão
Por enquanto, não foi confirmado oficialmente se a queda do Boeing teria sido causada por uma colisão com um avião menor, um jato Legacy, fabricado pela Embraer, que conseguiu fazer pouso de emergência sem feridos na base aérea da serra do Cachimbo. O Legacy levava quatro passageiros, todos americanos (entre eles um repórter do “New York Times”, além do piloto brasileiro. Havia saído de São José dos Campos, interior de São Paulo, e seguia para os Estados Unidos.
A posição oficial da Aeronáutica, Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e Infraero (estatal que administra aeroportos) é de que ainda é muito cedo para “especular” as possíveis causas do acidente, e que qualquer conclusão seria “mera especulação”.
Apesar disso, a Aeronáutica convidou o piloto e os quatro passageiros a permanecer na base aérea do Cachimbo até que seja determinado o que ocorreu com a aeronave. Segundo a Anac, o processo levará mais de três meses para ser concluído.
O piloto do Legacy foi ouvido durante 5 horas neste sábado, mas não foram divulgados detalhes de suas declarações –a Infraero tampouco informou o nome dos passageiros do jato.