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Biólogo monitora harpias em Sinop para construção de centros de observação

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Só Notícias/Guilherme Araújo (foto: assessoria)

O especialista em predadores e professor no programa de doação em agrobiodiversidade tropical da Universidade do Estado de Mato Grosso, em Alta Floresta, Everton Miranda, declarou que está em Sinop junto a outros dois profissionais, por três dias, para checar a atividade dos ninhos de arpia no município e avaliar a possibilidade de instalar postos para contemplação das aves.

“A espécie é muito carismática do ponto de vista do ecoturismo, sendo uma maneira de gerar renda através da floresta. Fazemos esse monitoramento com o auxílio de câmeras instaladas nos ninhos e que trazem informações sobre a dieta desses animais, o cuidado parental, o comportamento de machos e fêmeas. A verificação também e feita com a ajuda de equipamentos de escalada e drones”, detalhou Miranda. O monitoramento de câmeras seguirá por até 90 dias

Sinop conta com três ninhos já registrados por proprietários rurais e biólogos locais, e cerca de vinte pássaros da espécie catalogados, uma estimativa de 2,3 mil a 2,7 mil em todo o Estado, além de contratos com 40 moradores rurais para entrar nas propriedades e monitorar os ninhos em Mato Grosso, segundo o especialista. “Como não há a coleta de castanha no município, ficamos sem nossa principal parceria que são os castanheiros para localizar os ninhos. A densidade esperada por aqui seria de três a cinco ninhos por cada 100 km², sendo 6 a 10 harpias adultas. Os já conhecidos ficam à cerca de 50 até 70 quilômetros da cidade”.

A localização específica é resguardada por motivos de segurança e preservação ao animal, vulnerável ao risco de extinção, mas em questão de habitat, o professor Everton indica que as localidades (Sinop e outros municípios próximos) “já são áreas onde o desmatamento está essencialmente estável, sem perda florestal líquida, ou perdas mais significativas como é o caso das cidades no interior de Mato Grosso como Guarantã do Norte e Colniza que ainda possuem taxas altas”.

Porém, ainda há uma ignorância geral quanto aos cuidados com a ave. “Muitos matam por curiosidade, e não tem noção de que uma ave rara, levando entorno de 7 anos para chegar à maturidade sexual e produzindo um filhote a cada 3 anos. Não é tolerável esse tipo de perda, mesmo sendo bastante frequente no norte do estado, com cerca de 2 indivíduos mortos a cada 100km², por ano”, lamentou.

O biólogo ressaltou que estão buscando uma parceria entre os donos de terras para a instalação das torres e uma equipe fixa de 12 pessoas, trabalhando como guias no turismo, motoristas para transporte aos clientes e outras atividades. “É uma possibilidade alternativa de emprego na região e com um potencial enorme de crescimento. Já estamos do lado de um público muito grande no turismo de fauna, que é o Pantanal, e vir até aqui é muito mais fácil do que visitar a Amazônia em Manaus (AM). Somente em janeiro já mandamos equipes que fizeram visitas e sobrevoos de drone, com o foco em achar mais ninhos e encontrar o ideal de 10 ou 12 deles para oferecer esse serviço. Hoje temos duas torres Instaladas em Cotriguaçu e uma em Lambari D’Oeste, e no próximo ano esperamos ser capazes de coloca mais uma aqui”.

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