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Cirurgia oncoplástica vai muito além da estética, um resgate da autoestima da mulher, avalia mastologista da Oncomed-MT

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Assessoria

Sessenta e seis mil casos novos de câncer de mama são estimados para o ano de 2021 no Brasil, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca, 2020), o que representa uma taxa de incidência de 43,74 casos por 100.000 mulheres. As estatísticas, porém, não são apenas números – que por si só já são assustadores – são vidas que passam por um verdadeiro tsunami de emoções, que vão do diagnóstico ao tratamento, em busca da tão sonhada cura. Quando se trata de câncer de mama ainda existe um outro fator que não pode ser ignorado ou relegado a um segundo plano pela medicina: a autoestima da mulher, que vai muito além de um resultado estético, já que impacta diretamente na recuperação psicológica da paciente e na qualidade de vida de cada uma delas.

E é exatamente aí que entra a cirurgia oncoplástica da mama, associação do tratamento oncológico com a correção estética da cirurgia a qual pacientes são submetidas à mastectomia parcial ou radical. Hoje quando se fala em câncer de mama se fala no tripé: segurança oncológica, estética e bem-estar da paciente.

Sempre foi assim? Não. A cirurgia de reconstrução da mama evoluiu muito nos últimos anos, surgindo, na década de 90 o conceito de oncoplástica, que passou a ser difundido e utilizado, em nível global, há pouco mais de 20 anos, o que na medicina é algo considerado recente.

“Antes, aprendíamos na escola da medicina, que curar o tumor era o mais importante de tudo. A questão estética ficava para um segundo momento. Com a oncoplastia essa visão mudou radicalmente, hoje já não é mais possível dissociar o tratamento oncológico do estético. Nós trabalhamos com a qualidade de vida e o bem-estar das nossas pacientes como um todo”, explica o mastologista Aguiar Farina, médico há 36 anos, sendo um dos precursores da oncoplastia em Cuiabá e integrante do corpo clínico da Oncomed-MT.

O mastologista explica que oncoplastia da mama é diferente de uma cirurgia de mama estética. “Fazer um procedimento cirúrgico em uma mama sadia é totalmente diferente de fazer em uma mama com um tumor. Exige um pouco mais de esforço, habilidade e conhecimento do cirurgião, pois é preciso retirar o tumor e fazer e reconstrução mamária levando em consideração uma série de fatores, como: tamanho da mama, histórico da paciente, tamanho do tumor, estágio e localização em que ele se encontra, margem de segurança para a retirada do tecido doente, simetria com a outra mama, enfim é preciso uma análise ampla e detalhada de cada paciente”.

O cirurgião de mama deve conhecer profundamente os conceitos em cirurgia plástica e os princípios oncológicos, pois os tratamentos de quimioterapia, radioterapia e de hormônios podem influenciar nas abordagens cirúrgicas.

Apesar da oncoplastia poder ser realizada em outras partes do corpo acometidas por câncer como, por exemplo, o de pele, é no câncer de mama que ela se tornou mais difundida, pois os resultados são cada vez mais aprimorados, permitindo uma reintegração da mulher ao seu próprio corpo e ao convívio social.

Hoje praticamente todas as mulheres com câncer de mama fazem a oncoplastia, ou seja, realizam o procedimento de reconstrução da mama logo após a retirada do tumor, deixando para traz a inegável dificuldade com o espelho, isso faz com que elas fiquem mais confiantes e respondam melhor ao tratamento.

A oncoplastia é tão importante que ela é um direito assegurado por lei. Isso mesmo, apesar de nem todas as pacientes com câncer saberem disso, a Lei nº 13.770/2018 garante que toda mulher tenha direito a uma cirurgia plástica reconstrutiva da mama em casos de mutilação decorrente de tratamento de câncer, inclusive as atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Conforme o mastologista Aguiar Farina, são poucos os casos e que a oncoplastia não traz os resultados esperados, mas isso está diretamente ligado à condição clínica da paciente e não ao procedimento em si. Pacientes com diabetes, fumantes (ex-fumantes) ou obesas têm maiores chances de terem perda de uma prótese.

Ele ressalta que quando se trata de oncoplastia o atendimento a paciente é personalizado. “Nenhuma paciente tem o mesmo histórico, as mesmas condições clínicas, o mesmo tipo ou tamanho de tumor, o mesmo tamanho de mama, a mesma simetria. Ou seja, as histórias podem ser semelhantes, mas os indivíduos não. Por isso, a importância de não comparar, de não prometer resultados inalcançáveis, pois a mama é uma estrutura complexa, só Deus para fazê-la perfeita. Nosso trabalho é deixar o mais próximo possível do natural, próximo, não igual”.

A cirurgia oncoplástica é realizada no mundo inteiro. Diferente do que acontecia no passado hoje as novas técnicas e os avanços da medicina não são mais restritos a determinadas regiões. Como a informação é cada vez mais globalizada e tudo está conectado, o Brasil está bem neste quesito, se comparado a outros países. “A difusão de novas técnicas é cada vez maior. Hoje os avanços, nessa área, que acontecem em Nova Iorque ou Milão, por exemplo, que são referência mundial no assunto, são acompanhadas online por nós. Podemos estar em Cuiabá e ter aulas com um cirurgião em Milão”, diz.

Quem ganha com isso é o paciente que hoje não precisa mais de descolar aos grandes centros para conseguir realizar o tratamento adequado. “Na área de oncoplastia, por exemplo, não existe um aparelho moderno, um equipamento de ponta onde você vai colocar o paciente dentro e ele vai sair de lá com o procedimento cirúrgico realizado. O que existe é a habilidade em operar, seja aqui em Cuiabá, ou São Paulo, por exemplo”, destaca o mastologista que conclui fazendo um alerta as mulheres: “O câncer de mama é um inimigo que age silenciosamente. Façam os exames de rotina, se perceberam algo diferente na mama procurem um especialista imediatamente, porque o medo é um grande aliado do câncer. Não deixem para depois, quanto mais cedo o diagnóstico, maiores as chances de cura”.

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