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Sinop: câmara, sindicatos rural e das indústrias madeireiras fazem moção de repúdio a professora por ataques a pioneiros e agricultores

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Só Notícias (foto: Julio Tabile - atualizada 17:20h)

A câmara municipal definiu, hoje, moção de repúdio a professora Lélica Elis Pereira de Lacerda, pelas críticas proferidas, em audiência pública, a Sinop, aos pioneiros e produtores afirmando que “homens brancos conseguem ser absolutamente incompetentes e não ter autocrítica nenhuma sobre eles” e “constituíram um modo de produção que está acabando com a humanidade” e que “Sinop é em si o nome do poder colonial que desconsiderou a existência de pessoas nessa terra, indígenas, quilombolas, ribeirinhas”.

Na moção, os vereadores manifestam que a professora “usou seu espaço na tribuna da Casa para atacar homens e mulheres de nosso município, cuja força de trabalho e pioneirismo colaboraram para o crescimento da região norte matogrossense. As ofensas pronunciadas pela senhora Lélica Elis Pereira de Lacerda ferem o bom senso e a dignidade racial e cultural de vários grupos do nosso município, maculando a imagem do povo sinopense, provocando indignação e perplexidade naqueles que trabalharam muito para o crescimento desta região”, manifestam a maioria dos parlamentares.

“Há obrigações legais que regem a vida em sociedade, sendo que aquele que emite uma opinião desrespeitosa, sem embasá-la ou prová-la, comete ilegalidades e atos reprováveis tanto na esfera política, quanto na esfera jurídica e social. Dessa forma, o legislativo sinopense, através de seus vereadores, vem em público repudiar as palavras proferidas pela senhora Lélica Elis Pereira de Lacerda, demonstrando que não se calará ou aceitará as ofensas infundadas e inverídicas aos nossos pioneiros, homens e mulheres batalhadores desta cidade” e que o “ato praticado ofendeu a sociedade sinopense, e os vereadores não admitirão que se denigra a imagem do povo que trabalhou e trabalha pelo progresso deste município”, e “que não será aceito qualquer tipo de ofensa e desrespeito a qualquer raça, pessoa, classe ou entidade deste município”.

Assinaram o manifesto o presidente Elbio Wolkeis, os vereadores Paulinho Abreu, Ademir Debortoli, Dilmair Callegaro, Adenilson Rocha, Celsinho do Sopão, Lucinei, professor Mario, Hedvaldo Costa, Célio Garcia, Juventino Silva, Toninho Bernardes.

Na sessão de hoje da câmara, dezenas de sinopenses compareceram e, manifestando indignação com as ofensas proferidas pela professora Lélica, viraram as costas quando a vereadora Graciele Santos (PT) foi a tribuna fazer o pronunciamento. Graciele conduzia a audiência pública, na sexta-feira, e concedeu a palavra a Lélica, manifestando estar “imensamente honrada com sua presença”.

O Sindicato Rural de Sinop também divulgou, hoje, nota de repúdio manifestando que ela proferiu “ofensas morais, regionais e desmerecimento dos pioneiros, produtores rurais e população de Sinop e região. com atos de racismo, definido como crime pelo inciso XLII do artifo 5º da Constituição Federal;, calúnia, prevista como crime no artigo 138 do Código Penal Brasileiro; discurso de ódio e intolerância, diferenciando-se muito do que prevê nossa carta magna a respeito da liberdade de expressão”.

“O Sindicato Rural de Sinop, como associação civil organizada, representante dos empregadores e trabalhadores rurais, se solidariza com todos os que se sentiram ofendidos e indignados, visto que somos parte dessa sociedade. Consideramos ainda a manifestação da professora Lélica Elies Perreira de Lacerda, imoral, discriminatória e um fomento de separação entre classes e raças”.  A nota de repúdio requer ainda que a professora Graciele Santos (PT) faça pronunciamento de retratação sobre o ocorrido na tribuna em respeito ao povo sinopense e a história do povo migrante”. A vereadora conduzia a audiência publica convocada para tratar do projeto de reforma administrativa.

O Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado do Mato Grosso também divulgou nota de repúdio “às declarações ofensivas” e expôs que a professora “usou o espaço para denegrir a imagem dos pioneiros que trouxeram o progresso e desenvolvimento para toda a região. A professora também cometeu alguns equívocos, entre eles, denominar Sinop a capital do agronegócio, ao invés de capital do Nortão e ao discursar, errou o significado da sigla SINOP, usando o termo sindicato ao se referir à Sociedade Imobiliária Noroeste do Paraná”

“Enquanto instituição à frente do setor madeireiro que foi o precursor da economia pujante do município, tornando Sinop conhecida como o maior polo industrial do Estado por muitos anos, reforçamos que o Estado se tornou conhecido como o celeiro do país, sendo campeão na produção de soja, milho e algodão graças à sua população que é atuante, guerreira e ativa e, proclamar um discurso hostil contra os pioneiros de uma cidade é desrespeitar uma sociedade inteira. O Sindusmad tem orgulho do legado deixado pelos seus pioneiros na história de Sinop, através de suas lutas e coragem diante de muitos desafios. São inúmeras as realizações que esta população bravamente conquistou, consolidando o município como a quarta economia de Mato Grosso e em destaque no país, pelo seu desenvolvimento e crescimento acima da média”, conclui a entidade do setor madeireiro.

Hoje foi divulgado manifesto em defesa da professora Lélica, assinado pelos deputados Lúdio Cabral, Valdir Barranco e Rosa Neide (PT), pela diretora Geral Adjunta da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso, Gerdine Ferreira de Oliveira Sanson, o presidente do SINTEP, Valdeir Pereira, o presidente do CUT – MT, Henrique Lopes, o presidente da Associação dos Docentes da UNEMAT, Domingos Savio,  a presidente da Subseção da Associação dos Docentes da UNEMAT, Thiélide Veronica da Silva Pavanelli Troian, a vice-presidente do Partido dos Trabalhadores de Sinop, Deva Neves, a vice-Presidente SINPROTEC, Maria Luiza Troian, a presidente do SINTESMAT, Vanessa Fernandes da Silva, o professor da Unemat Sinop, Roberto Alves de Arruda e o presidente do DCE Unemat -Sinop, Hugo Vinicius Barcelos Massotti.

 

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