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Deputados e dirigentes de entidades defendem professora que ‘atacou’ pioneiros e agricultores de Sinop; ‘incapazes de ler a realidade social’

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Só Notícias/Luan Cordeiro (foto: reprodução Tv Câmara Sinop - atualizada 16:22h)

Deputados e dirigentes de algumas entidades divulgaram nota, esta tarde, repudiando os ataques contra a professora universitária Lélica Elis Pereira de Lacerda, após declarações feitas na última sexta-feira, na tribuna da câmara, com ataques a Sinop, aos pioneiros e produtores, durante audiência pública para debater o projeto de reforma administrativa. As instituições saíram também em defesa da vereadora professora Graciele Marques dos Santos (PT).

“Apoiamos o pensamento crítico, a autenticidade e a criatividade dessas mulheres. São de coragem e com estatura intelectual e política”, diz trecho, apontando que ambas foram “atacadas nas redes sociais e em entrevistas na imprensa por grupos de pessoas com pouca afeição com a democracia e ao contraditório. Tentam impor uma única forma de convivência social, cujas regras são por elas mesmas interpretadas, retroagindo às normas de condutas medievais”.

Ainda consta na nota que a professora e vereadora “defendem as lutas da classe trabalhadora e o fazem por princípio da livre manifestação do pensamento, consagrado na Constituição de 1988. Não podem calar essas vozes autênticas carregadas de conteúdo”. Além disso, ponderou que a fala de Lélica “apontou o que incomoda a sociedade patriarcal local. É bom que se diga com ênfase: todas as vezes que parte desse segmento é confrontado diante da sua incapacidade de autocrítica sobre si e sobre o mundo ao seu redor, agem com violência, desrespeito e ameaças”.

Em outro ponto, destacou que o ‘segmento’ em questão é incapaz “de ler a realidade social, diante da própria incapacidade de propor soluções para as graves crises da atualidade. Como consequência cíclica de tal prática, são provocadoras da crise econômica, da crise política, da crise ética, da crise estética, da crise ambiental e da crise sanitária. Incomodados, eles não dialogam, preferem insurgir trazendo à tona o pior da sua primitividade”.

Também é ponderado na nota, que a fala da professora deixou estes ‘grupos sociais’, “nus na sua estupidez. Com resgate histórico e com fundamentos da antropologia social, a professora traçou um panorama sobre a presença do homem no Brasil e sua relação com a natureza. Não há nada ofensivo poder explicar e compreender como essas relações contribuem para melhorar as condições da vida em sociedade” e que é necessário que se realize estudo sobre história social por parte das pessoas dos segmentos citados.

A nota foi assinada pelos deputados estaduais Lúdio Cabral (PT), Valdir Barranco (PT), deputada federal Rosa Neide (PT), presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Federais de Mato Grosso, Carlos Alberto de Almeida, vice-presidente do PT de Sinop, Deva Neves, presidente da Associação dos Docentes da UNEMAT Domingos Sávio, diretora Geral Adjunta da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso Gerdine Ferreira de Oliveira, diretor-presidente do CUT-MT Henrique Lopes, presidente do DCE UNEMAT-Sinop Hugo Vinícius Barcelos, vice-presidente e membro do Sinprotec, Maria Luiza Troian e Milton Mauad respectivamente, primeira vice-presidente regional Pantanal ANDES Raquel de Brito, membro do Conselho Municipal de Educação e professor da UNEMAT Roberto de Arruda, presidente da Subseção da ADUNEMAT Thiélide Veronica, presidente do SINTEP-MT Valdeir Pereira, e presidente do SINTESMAT Vanessa Fernandes.

Conforme Só Notícias já informou, Lélica afirmou que “nunca tinha vindo pra Sinop e, no caminho pra cá, fiquei bastante desconcertada de ver como os homens brancos conseguem ser absolutamente incompetentes e não ter autocrítica nenhuma sobre eles, né. Eles constituíram um modo de produção que está acabando com a humanidade, nós estamos numa crise econômica, numa crise política, numa crise ética, numa crise estética, numa crise ambiental, numa crise sanitária”, atacou.

Hoje, a Câmara Municipal de Sinop e o Sindicato Rural de Sinop e Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte (Sindusmad) divulgaram moção de repúdio as declarações da professora Lélica. Ontem, o deputado Gilberto Cattani e vereadores também haviam criticado os ataques.

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