O plenário do Senado decidiu, há instantes, pela absolvição do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Esta foi a primeira vez na história em que um presidente da Casa teve uma cassação avaliada em plenário. Foram 40 votos pela absolvição, 35 pela condenação e 6 abstenções. Renan saiu da sessão sem dar entrevistas e foi para a residência oficial, na Península dos Ministros, Lago Sul.
O processo contra Renan, condenado por 11 votos contra 4 no Conselho de Ética do Senado, arrastou-se por pouco mais de 120 dias. Foi conduzido pelo próprio Renan, que escalou a maioria dos membros do Conselho de Ética e interferiu em todas as etapas do processo. O processo por quebra de decoro era porque o senador tinha contas pessoais, inclusive a pensão da filha com a jornalista Mônica Veloso, pagas pelo lobista Cláudio Gontijo, da construtora Mendes Júnior.
Antes da votação, quando houve os discurso, teve um bate-boca feio no plenário do Senado entre Demóstenes Torres (DEM-GO) e Renan Calheiros (PMDB-AL), informa o jornalista Ricardo Noblat.
Demóstenes disse que a defesa apresentada por Renan foi “burra”. Porque Renan entregou ao Conselho de Ética documentos que a Polícia Federal considerou depois cheio de falhas. “Foi o próprio senador Renan Calheiros quem se auto-incriminou”, argumentou Demóstenes.
Aí Renan perdeu aquele ar de bom moço com o qual costuma se apresentar publicamente. Fechou a cara e, em voz alta, exigiu respeito. Aí Demóstenes fez de conta que recuava na observação que fizera antes e emendou: “Digamos que sua defesa foi pouco inteligente”.
(Atualizada às 16:47h)