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Secretário defende em SP investimentos em ferrovias para escoar a produção de Mato Grosso

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O secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Marcelo de Oliveira, defendeu, ontem, em São Paulo, a construção de novas ferrovias para fortalecer o desenvolvimento da logística do Estado. “Hoje temos orgulho de termos o maior rebanho (bovino) do Brasil, de sermos os maiores produtores de grãos e de etanol de milho, mas toda essa produção precisa ser transportada do nosso Estado”.

A afirmação foi feita durante o Fórum de Debates – Ferrovias em Foco, promovido pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas da Universidade de São Paulo. “Em 1980 Mato Grosso produzia 700 mil toneladas de grãos por ano. Quarenta e dois anos depois, estamos produzindo 90 milhões de toneladas de grãos. Em 2032 a produção deve ultrapassar 130 milhões de toneladas e vamos superar 40 milhões de cabeças de gado. É uma coisa que precisa ser estudada e analisada”, contextualizou o secretário.

Marcelo também disse para empresários, investidores e dirigentes de entidades que, apesar de liderar os rankings de produção do país, Mato Grosso tem 3,5 milhões de habitantes, e justamente por isso precisa de rotas para escoar essa produção. No entanto, atualmente o Estado conta com apenas uma ferrovia (Rondonópolis a São Paulo), que transporta 27 milhões de toneladas até os portos.

“O governador Mauro Mendes teve a coragem e a determinação de aprovar a primeira rodovia estadual do país, interligando Rondonópolis até Lucas do Rio Verde e até Cuiabá”, recordou. “Mas só isso não vai adiantar. Nós precisamos de ferrovias. Precisamos da Ferrogrão, ligando de Sinop até Miritituba (PA), assim como precisamos da FICO (Ferrovia Inteegração Centro-Oeste), ligando e Água Boa até Mara Rosa (GO)”.

A primeira ferrovia estadual do Brasil teve sua construção autorizada pelo Governo de Mato Grosso, ano passado, e será operada pela empresa de logística que hoje opera a linha ferroviária Rondonópolis-São Paulo. As obras estão em andamento e o primeiro viaduto, próximo a Rondonópolis, está pronto, passando sobre a BR-163. O próximo passo é a terraplanagem sentido Campo Verde para avançar até Cuiabá e ser feito o primeiro trecho. Em seguida, os trilhos ‘seguem’ a Nova Mutum e depois a Lucas do Rio Verde, com 733 km, e investimento total previsto de R$ 15 bilhões.

Já a Ferrogrão teve a elaboração de estudos e processos administrativos autorizados pelo Supremo Tribunal Federal no início desse mês e o governador Mauro Mendes considerou que a decisão é uma vitória para Mato Grosso e para o ambiente. “A Ferrogrão poderá ser um marco na logística e desenvolvimento do nosso estado”, comentou.

O secretário Marcelo de Oliveira traçou um panorama da logística em Mato Grosso, mostrando que em 2003 o Estado tinha 1.775 km de rodovias asfaltadas e hoje tem 9,5 mil km. Para os próximos 4 anos, a meta é asfaltar pelo menos 3 mil quilômetros. “A cada quilômetro de asfalto que nós fazemos, a cada ponte de madeira que substituímos, a cada obstáculo que é retirado, vocês não têm ideia da produção que surge. A produção de grãos aumentou 12% do ano passado para este. O PIB de Mato Grosso cresce a 5,9% por ano. É um crescimento impressionante e por isso Mato Grosso pede passagem e pede respeito”, concluiu.

Moderador do encontro, o pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas Sérgio Inácio Ferreira afirmou que Mato Grosso precisa de ferrovias para escoar essa produção, e que o país como um todo precisa interiorizar suas ferrovias, para ajudar no desenvolvimento industrial do Brasil, informa a assessoria da secretaria estadual de Infraestrutura.

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