No próximo dia 23 de outubro, os brasileiros estarão decidindo se o comércio de armas e munições deve ser proibido no Brasil. O Referendo do Desarmamento está gerando muita polêmica. Na semana passada, foi divulgado o resultado de uma pesquisa do Ibope, onde 49% se mostrou contra e 45% se posicionou a favor.
Se depender de boa parte dos presidentes de Câmaras Municipais do Nortão, a tendência pelo Não, deve prevalecer. Dos cinco ouvidos por Só Notícias, todos se mostraram contrários. Santinho Salerno (PSDB), presidente da Câmara de Sorriso, é contra porque acredita que primeiro teriam que ser desarmado os bandidos e não os cidadãos de bem. “O cidadão vai ficar desprotegido a partir do momento que o comércio for proibido, porque será uma forma dos bandidos terem certeza que ele não terá uma arma em casa para se defender e defender sua família”, afirmou.
O presidente da Câmara Municipal de Sinop, José Pedro Serafini (PSDB), também vai votar Não. Ele defende que primeiro é necessário fazer uma reestruturação da segurança pública no país, acabando com a divisão entre Polícia Civil e Polícia Militar. “Tem que haver uma ação conjunta entre as duas instituições. O governo e a sociedade devem agir juntospara promover o desarmamento da bandidagem. Ter ou não ter uma arma dentro de casa cabe à família decidir. Não cabe ao governo tirar esse direito do cidadão”, afirmou.
Marli Ventura (PPS), presidente da Câmara de Lucas do Rio Verde, também vota Não. “As vidas das pessoas de bem não serão protegidas e ficarão mais expostas às pessoas do mal.É preciso desarmar os maus brasileiros para que nós possamos viver com mais segurança. Afinal, tudo que é proibido é mais cobiçado”, ressalta a vereadora. Por outro ângulo, segundo ela seria mais importante e conveniente que fosse investido todo o dinheiro que está sendo gasto nesse referendo em necessidade básicas da população brasileira como, educação, saúde e emprego. “O povo brasileiro necessita de mais informações, de mais educação, de mais oportunidades. Vale apena ressaltar que onde é investido nessa área, a violência é muito menor. É educando a população que se atinge todos os objetivos referentes à segurança e não desarmando quem necessita se proteger e proteger sua família e seus bens. Precisamos defender nossos direitos”, conclui.
Elói Fellini, presidente da Câmara de Santa Carmem, também defende o direito do cidadão à própria defesa. “Estão querendo tomar esse direito. Já existe uma lei que controla o comércio de armas. Para que então gastar tanto para promover esse referendo?”, questiona. ” Sou contra posse de arma, mas no caso dessa lei que estão querendo impôr, vou votar contra”, afirmou. Segundo ele, o cidadão de bem será o mais prejudicado porque “bandido não compra arma legalmente”. O Governo, afirma ele, deveria priorizar outras áreas, principalmente a Educação e aparelhar melhor a polícia.
Dari Leobert (PDMB), presidente da Câmara Municipal de Vera, explicou que é contrário à proibição de vendas de armas “porque a polícia brasileira já é bastante frágil. O único que ganha com essa lei é o bandido, nós, cidadão, vamos ficar ainda mais frágeis. Esses artistas que pregam o voto pelo sim, acho que é uma hipocrisia muito grande. A gente vê que quando eles se deslocam de um lugar para outro, tem 4 ou 5 seguranças. Ou seja, eles estão bem seguros. Querem pregar inverdades”, afirmou.