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Noventa e dois parlamentares federais disputam eleições municipais

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O Congresso tem 594 parlamentares, entre deputados e senadores. Desses, 87 deputados concorrem, neste domingo (7), a cargos de prefeito ou vice-prefeito. Somados aos cinco senadores que vão disputar as eleições municipais, são 92 parlamentares ou 15,48% dos congressistas na disputa. Os números fazem parte de um levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).

Nessas eleições, 17 partidos têm candidatos. O PT apresentou o maior número: são 12 deputados e 2 senadores concorrendo. Em segundo lugar vem o PMDB, com 12 deputados candidatos. Em terceiro, o PSDB, com dez deputados e um senador. E, em quarto, o PSB, com dez deputados no pleito municipal.

Quando disputam uma prefeitura, os parlamentares não precisam renunciar ao mandato, diferentemente do que ocorre com ocupantes de cargos no Executivo, como ministros. Ou seja, se perderem o pleito, deputados e senadores voltam para Brasília e têm a chance de se reeleger dois anos depois.

Esse pode ser um dos motivos que levam os parlamentares à disputa municipal, na opinião do cientista político Cristiano Noronha. “Isso pode ser um projeto individual porque ele sabe que dali a dois anos vai haver uma nova eleição para deputado federal. [Participar da eleição] pode ajudar a projetar determinados nomes, servir como teste para eventualmente esse parlamentar sair como candidato ao Senado ou ao governo do estado.”

Estratégia
Em alguns casos, segundo Cristiano Noronha, a candidatura dos parlamentares é uma estratégia partidária. O partido político pode simplesmente querer firmar posição. Ou, com um candidato próprio a prefeito que tenha visibilidade e experiência política, pode querer eleger um grande número de vereadores e aumentar a base partidária.

Para o deputado Antônio Andrade (PMDB-MG), ex-prefeito da cidade mineira de Vazante, garantir um bom número de prefeitos e vereadores nessas eleições fortalece os partidos, o que é importante para o pleito nacional de 2014.

O deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA), também acumula a experiência de ter sido governador da Bahia e prefeito interino de Salvador. Na opinião dele, alguns deputados se candidatam para oxigenar a imagem, mas a maioria busca mesmo vencer as eleições.

Segundo Imbassahy, o fato de um deputado estar no exercício do mandato não significa que ele vai ser um grande prefeito. “Uma coisa é legislar, fiscalizar o Executivo federal, compor o Orçamento. Outra coisa é estar nas cidades, manejando o orçamento, pagando folha de pessoal, limpeza urbana, cuidando do transporte público, do posto de saúde, correndo atrás de dinheiro para fazer investimentos.”

Vaga na Câmara
Se um deputado ganhar a eleição, o suplente assumirá seu lugar na Câmara a partir de 1º de janeiro de 2013. O cientista político Cristiano Noronha afirma que haverá um rodízio de nomes, mas não acredita em mudanças significativas na correlação de forças entre oposição e governo.

Para Noronha, o fato de o vencedor da eleição ser deputado ou senador não é bom nem ruim. O importante, segundo ele, é a experiência de vida política do candidato. Para o deputado Antônio Andrade, no entanto, os parlamentares têm experiência em buscar recursos e trânsito nos ministérios.

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