O deputado Lino Rossi (PP), apontado como o principal articulador do esquema dos sanguessugas no Congresso Nacional, isentou o senador Antero de Barros (PSDB) de qualquer participação no desvio de verbas públicas a partir de venda superfaturada de ambulâncias. Alegando inocência, Rossi disse que jamais conversou com Paes de Barros sobre recebimento de propina. Ele afirmou que o empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, sócio executivo da Planan, empresa que operava o esquema, estaria “delirando” ao denunciar o senador Paes de Barros.
“Nunca houve conversa com Antero sobre isso” – disse o parlamentar, que prometeu apresentar sua defesa ainda esta semana. Vedoin disse que Paes de Barros conhecia todo o esquema dos sanguessugas e, como líder de bancada, apresentou conjunto de emendas no valor de R$ 400 mil. Pelo esquema, Paes de Barros teria direito a receber R$ 40 mil. Contudo, o senador determinou que o dinheiro fosse repassado para Rossi. “Não existe nada disse” – disse o político.
Ao renunciar a candidatura a reeleição, Rossi declarou ser amigo pessoal de Luiz Antônio Vedoin, mas nega que tenha feito “negócios” com o empresário. Hoje, ao isentar Antero, sacou mais uma justificativa: disse que pretende se encontrar com pai e filho para tentar encontrar um motivo das denúncias. “Eu não compactuo com mentiras” – frisa o político, que já foi do PSDB e agora está no PP. “Nunca peguei um centavo” – se defende. “Nunca recebi nada em nome de Antero”.
“Não fiz, não agenciei e nem recebi nenhuma propina do Darci ou do Luiz. Apenas recebe ajuda tais como cadeiras de rodas, camisetas, telhas, 940 sacolões para a população de Apiacás, 65 mil salcichas para uma festa que dei a crianças pobres. Isso sim eu recebi, mas dinheiro não” – conserta o deputado, mais a frente.