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Ex-presidente da câmara de Cuiabá depõe sobre rombo e acusa delegada

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O vereador Lutero Ponce (PMDB) acusou a titular da Delegacia Fazendária, Luzia Machado, de coagir empresários a denunciá-lo. A delegada indiciou o ex-presidente da Câmara por crimes de formação de quadrilha, falsificação de documentos públicos e particulares, fraudes em licitação e estelionato. As afirmações foram feitas ontem à tarde durante a oitiva de Lutero à Comissão Processante da Câmara de Cuiabá, que apura a responsabilidade do vereador no suposto desvio de R$ 7,5 milhões do dinheiro público quando presidiu a Casa, no biênio 2007/2008.

Lutero disse que no primeiro depoimento à delegada, os empresários contavam que entregavam a mercadoria vendida à Câmara de Cuiabá. Mas no segundo ou terceiro depoimento revelavam a existência de fraude nos processos licitatórios. Segundo Lutero, a delegada ameaçava prender os empresários caso eles mantivessem a primeira versão e prometia liberdade caso eles o denunciassem. Ele insinuou ainda que a delegada pode ter prometido vantagens aos empresários, supostamente com dívidas junto à Secretaria de Fazenda (Sefaz) ou Receita Federal.

As acusações de Lutero fizeram o presidente da Comissão Processante, vereador Francisco Vuolo (PR), convocar a delegada para prestar depoimento à comissão. "Ele afirmou que a delegada queria criar um factóide e estava em busca de holofotes", disse Vuolo.

O relatório do inquérito policial serviu de subsídio para os questionamentos feitos ao vereador Lutero Ponce pelos membros da comissão, formada ainda pelos vereadores Lúdio Cabral (PT) e Lueci Ramos (PSDB).

Antes do início dos depoimentos, o advogado de Lutero, Paulo Taques, pediu que ele fosse suspenso. Ele alegou que a defesa ainda não havia recebido as cópias dos processos licitatórios que originaram as denúncias contra o ex-presidente da Casa.

A negativa da comissão em atender o pedido do advogado pode servir de pretexto para que ele peça a nulidade do depoimento, sob o argumento de que a defesa do acusado foi cerceada. "O prejuízo é irreparável", disse Taques.

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