A empresária do segmento madeireiro Silmara dos Santos Nunes afirmou, durante depoimento a CPI da Sema, que Devair Valim, ex-prefeito da cidade de Nobres, havia articulado a venda de uma área considerada, por ele, propícia à extração de madeira. Ela ainda informou que Valim sempre afirmou ter livre acesso à Sema, mantendo um bom relacionamento com funcionários do auto escalão do órgão.
Nos autos apurado pela CPI, os planos de manejo florestal e de extração florestal da empresária, que foram protocolados na Sema, teriam demorado apenas 36 dias para serem liberados, apesar de apresentarem algumas pendências ao longo da tramitação. O prazo, considerado pelos parlamentares da comissão como ‘extraordinário’, se choca com o tempo em geral utilizado para liberação dos mesmos procedimentos – chegam a demorar anos para serem liberados.
Silmara foi a primeira a ser presa pela Operação Guilhotina, desencadeada pela Polícia Civil, a partir das investigações do Ministério Público Federal. A operação resultou na prisão de mais de 100 pessoas em todo o Estado.
No final do depoimento, Silmara disse que o setor madeireiro está enfraquecido e que o mesmo dá oportunidade de emprego e renda a muitas famílias. “Infelizmente, pessoas e ações têm contribuído com o desemprego da região norte. O governo estadual vai arcar com o prejuízo?”, indagou Silmara.