O dono da construtora Gautama, Zuleido Veras, se recusou a responder às perguntas da ministra do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Eliana Calmon na tarde deste sábado. Acusado de chefiar um esquema de fraude de licitações e pagamento de propina a políticos e funcionários públicos, Zuleido seria o segundo suspeito a ser ouvido hoje.
Pela manhã, a ministra tomou depoimento da diretora da Gautama Maria Fátima Palmeira, que continua presa. A expectativa dos advogados era a de que os dois investigados fossem liberados após o depoimento, mas eles devem voltar para a carceragem da Polícia Federal.
O depoimento de Fátima terminou por volta das 13h30, após quase quatro horas. A diretora começou a depor na sexta-feira, quando falou por quatro horas. O depoimento foi interrompido às 22h40 de sexta-feira e retomado às 9h25 deste sábado. Palmeira é apontada pela Polícia Federal como a responsável pelo pagamento de propina a funcionários públicos.
Uma gravação da PF mostrando Fátima no Ministério de Minas e Energia foi o estopim para a queda do ex-ministro da pasta Silas Rondeau, acusado pela PF de receber R$ 100 mil da Gautama.
Mais depoimentos
Outros três depoimentos marcados para sexta-feira haviam sido transferidos para segunda (28), mas podem ser tomados ainda hoje devido à recusa de Zeluido de responder as perguntas.
O filho de Zuleido, Rodolpho de Albuquerque Soares de Veras, a funcionária Tereza Freire Lima, o administrador Henrique Garcia, os diretores Abelardo Sampaio Lopes Filho e Gil Jacó Carvalho Santos, o irmão do dono da empresa, Dimas Soares de Veras, ainda não depuseram.
Outro lado
A advogada da Gautama, Sônia Rao, declarou hoje que a prisão de Fátima “é uma injustiça”. “Não há nenhum motivo e nenhum pressuposto para a prisão preventiva”, disse Rao. Ela não quis comentar o depoimento porque o inquérito corre em segredo de Justiça.