Enquanto a discussão pela presidência da Assembleia Legislativa de Mato Grosso já está quente no parlamento estadual, a definição da oposição ao governador eleito Mauro Mendes (DEM) ainda não está em pauta, pelo menos abertamente, entre os deputados. Nomes naturais que podem se opor a Mendes, como Wilson Santos (PSDB), Max Russi (PSB) e Valdir Barranco (PT) ainda não decidiram se vão buscar liderar a bancada de oposição.
Wilson Santos garantiu ao Só Notícias que ainda não houve um encontro entre os deputados que estavam do lado oposto ao de Mauro Mendes na campanha e sequer houve “uma tentativa de conversa”. O tucano acredita que esta articulação deve ficar para o final da legislatura, quando os deputados eleitos começarem a se entrosar com o parlamento e definirem seus posicionamentos. O certo é que Wilson Santos já definiu que vai para a oposição, mas tem ressaltado que fará um trabalho coerente sem perseguição a Mendes.
Max Russi também trilha o caminho natural para a oposição. Um dos principais aliados do governador Pedro Taques (PSDB), o deputado não tem abertura com Mauro Mendes e já declarou seu apoio, assim como o PSB, a Fernando Haddad (PT) no segundo turno, se distanciando ainda mais das posições bolsonaristas do governador eleito. Russi já se pronunciou na tribuna da Assembleia, mas não tocou no assunto e nem tem dado entrevista sobre o tema.
Valdir Barranco que, ao lado de Janaína Riva (MDB), foi um dos principais opositores de Taques, também não declarou protagonismo no assunto. Com uma semana de retorno discreta e com pouca presença nas sessões da ALMT, ele deve deixar o assunto para o final da legislatura, como tem feito Wilson Santos.
De qualquer forma, é pouco provável que algum deles entre na base de sustentação de Mauro Mendes. O governador eleito, apesar de não ter feito a maioria dos deputados da Assembleia, deve buscar apoio com parlamentares do centro e ligados à campanha de Jair Bolsonaro no segundo turno.
Além de já ter apoio de Janaína Riva (MDB), que se diz independente, de Nininho (PSD), Eduardo Botelho (DEM), Dilmar Dal Bosco (DEM), Sebastião Rezende (PSC), Xuxu Dal Molin (PSC), Doutor João (MDB), Thiago Silva (MDB) e Alan Kardec (PTD), o futuro governador ainda pode passar a contar com os dois deputados do PSL que estavam no time de Taques e pode atrair ainda outros partidos da direita e do centrão, como DC, PP, PROS, PRB e até do PSDB de Taques, já que Guilherme Maluf tem demonstrado interesse em presidir a Assembleia e tem assumido um discurso semelhante ao de Mauro Mendes em relação ao corte de gastos, aceitando, inclusive, reduzir o duodécimo do Legislativo Estadual.
