A Comissão Parlamentar de Inquérito dos Frigoríficos da Assembleia Legislativa realiza, nesta terça-feira, mais uma rodada de oitivas com quatro representantes de frigoríficos e um prefeito mato-grossense. Conforme organograma da equipe técnica, as oitivas começam às 9 horas, e a assessoria informa que primeiro a ser ouvido será o representante do frigorífico Margen S/A, de Barra do Garças. Na sequência, representante da empresa Brasfrin S/A, de Nova Monte Verde. Os deputados também devem ouvir oprefeito de Matupá (Nortão), Válter Miotto Ferreira, sobre os impactos na economia local com redução das atividades frigoríficas. Em seguida, um dos diretores da BRF S/A, de Várzea Grande, André Luis Baldisseira, que substitui o então convocado Pedro de Andrade Faria. Encerrando os depoimentos, deve ser ouvido um dos diretores do Sol Nascente, de Cáceres, José Antonio Duarte Alvares.
Vale destacar que a CPI dos Frigoríficos entra na fase final de depoimentos para a formatação do relatório definitivo, porém o presidente do grupo, deputado Ondanir Bortolini (PSD)- o Nininho, entende que os membros da CPI precisam ouvir um dos representantes da empresa JBS S/A para terminar os trabalhos. “Não vamos terminar sem ouvir a JBS. Precisamos dar uma resposta à sociedade, pois temos números que comprovam irregularidades dessa empresa no abate de bovinos nos últimos anos no estado”, disse Nininho.
Instalada no dia 8 de março deste ano, a CPI dos Frigoríficos foi prorrogada por mais seis meses, devido a grande demanda de informações. Segundo Nininho, o principal motivo para sua instalação é que algumas empresas teriam provocado a demissão de cerca de oito mil trabalhadores ao fecharem 20 plantas frigoríficas no estado e, que, estariam prejudicando os pecuaristas, uma vez que, com essa ação, teriam começado a praticar um preço desvalorizado da arroba do boi. “A diferença de valor chegou a ser de 15% a menos em Mato Grosso quando comparado com outros estados, como São Paulo, por isso, a importância da criação desta comissão”, afirmou o deputado.
A preocupação do presidente da CPI vai ao encontro da informação colhida através de uma matéria veiculada no jornal “O Estado de São Paulo”, de que a JBS estaria em fase de falência e transferindo seus trabalhos para a Irlanda. “Se trata de uma ação relâmpago no grupo das empresas JBS Friboi que levanta suspeita de especialistas em mercado de que algo pode estar muito errado no grupo. A principal suspeita é de preparação de falência”, explicou Nininho.
O deputado foi enfático ao afirmar que os membros da CPI não abrem mão da participação de um dos representantes da JBS para conclusão dos trabalhos, que segundo Nininho, comprova a manipulação no mercado da carne em Mato Grosso.
“Há números exorbitantes que mostram a aquisição de 21 plantas frigoríficas pela JBS que estavam em funcionamento, mas que, depois foram fechadas onze, tirando a expectativa econômica dos moradores desses municípios. Os diretores da JBS precisam explicar esses motivos para a CPI, porque quem aluga planta para fechar está mal intencionado”, destacou o deputado.
A informação é da assessoria.