O governador de Mato Grosso foi convidado para ser o candidato a vice-presidente numa eventual chapa de Geraldo Alckmin, atual governador de São Paulo, e que disputa a indicação interna do seu partido, o PSDB, contra o prefeito José Serra. Maggi, no entanto, declinou da oferta para continuar no Governo de Mato Grosso. A revelação foi feita nesta sexta-feira, em Cuiabá, pelo senador Jonas Pinheiro (PFL). “Eu fui testemunha do convite” – disse. Na época, se cogitava a possibilidade de o governador se transferir para o PFL – o que acabou não acontecendo: Maggi decidiu permanecer no PPS.
Apesar disso, o governador de Mato Grosso poderá apoiar o colega de São Paulo a presidente da República. O próprio Maggi já admitiu essa possibilidade, embora haja intenções sobre a candidatura de Germano Rigotto, governador do Rio Grande do Sul, do PMDB. Todavia, o governador vai ter que esperar pela definição de Roberto Freire, um dos líderes do PPS, que aventa a possibilidade de sair candidato a presidente. Jonas Pinheiro acredita que a candidatura de Freire não irá decolar e Maggi poderá buscar um nome para emprestar seu apoio.
Apesar de ser uma articulação intrincada, o senador ainda acha que se Alckmin conseguir viabilizar seu nome no PPS, poderá contar com o apoio de Blairo. “Vamos trabalhar para isso” – disse. Para isso e para que o nome do PSDB seja do governador paulista. A rigor, é expressa a preferência do governador de São Paulo ao do prefeito Serra. Mesmo que esteja coligado com o PPS de Maggi, o PFL deverá seguir a recomendação nacional de apoiar a chapa a presidente, de oposição a Lula – o que implica no estabelecimento de uma linha tênue com o PSDB de Mato Grosso.
Depois da “marola” da candidatura própria, Jonas não é, nem de longe, um político interessado em ser candidato a governador. Mesmo ainda não tendo sido explicitado que ao PFL, a exemplo de 2002, ficará com a vaga ao Senado Federal na chapa, reservada ao ex-governador e ex-prefeito de Várzea Grande, Jaime Campos, presidente do partido no Estado, Jonas Pinheiro é só elogios ao governador Maggi. “Blairo Maggi é fruto nosso e mrece ser reconduzido ao Governo” – disse. E até arrisca dar as cartas: afirma que a vice deve ser dada a alguém de confiança do governador, mas que passe também pelo conjunto dos partidos. O perfil também indica alguém da Baixada Cuiabana: “Pagot não é da baixada, nem com transfusão de sangue” – brincou.
Para o PFL, só interessa a vaga ao Senado. Mas o partido está calmo. Depois de acirrar os discursos, os dirigentes pefelistas estão certos de que vão vencer a queda de braço contra Pedro Henry, do PP – a qual o político pefelista evitou comentários. “Não seria elegante de minha parte dizer qualquer coisa agora” – frisou.