Uma série de ações do Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat) durante o governo Silval Barbosa (PMDB) deve se tornar alvo de investigação dentro da Assembleia Legislativa. O requerimento para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) já está pronto e, segundo o presidente da Mesa Diretora, Guilherme Maluf (PSDB), depende apenas da conclusão das CPIs já instaladas na Casa para ser apresentado em plenário.
Entre as denúncias que podem vir a ser apuradas está a da suposta fraude na aquisição de uma área pelo governo do Estado no final de 2014 que resultou na deflagração, na última segunda-feira (1º), da operação Seven, pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco). Na oportunidade, foram presos preventivamente o ex-presidente do Intermat, Afonso Dalberto, e o ex-secretário adjunto de Administração, coronel José de Jesus Nunes Cordeiro, bem como expedidos mandados semelhantes contra Silval e o ex-secretário de Fazenda Pedro Nadaf, presos desde o ano passado.
De acordo com Maluf, a CPI foi solicitada pelo deputado Pery Taborelli (PV) e já tem o número necessário de assinaturas para ser aprovada. A investigação, segundo o presidente, é uma das quatro que podem ser instaladas no Legislativo ainda neste ano. “Eu tenho quatro CPIs na fila. Duas com requerimento e duas sem. Eu pedi para os deputados ainda não fazerem os requerimentos, porque preciso demandar o término das outras primeiro”, explica o tucano, que preferiu não antecipar o objeto das comissões que ainda não foram solicitadas oficialmente.
A outra CPI com o requerimento já apresentado é a que visa investigar a concessão de cartas de crédito a 47 membros do Ministério Público Estadual (MPE). Aprovada ainda no ano passado, ela será instalada no próximo dia 18 e terá como presidente o deputado estadual Max Russi (PSB). A abertura dos trabalhos não depende da conclusão das três investigações já em andamento na Assembleia porque o requerimento para sua aprovação recebeu a assinatura de 23 dos 24 parlamentares.
Para conseguir instalar as demais, no entanto, Maluf ainda precisa garantir a entrega do relatório final das CPIs da Renúncia e Sonegação Fiscal e das Obras da Copa do Mundo, presididas, respectivamente, pelos deputados José Carlos do Pátio (SD) e Oscar Bezerra (PSB), que apontam para a necessidade de mais prazo para concluir os trabalhos. O acordo inicial era de que elas seriam encerradas no final de março.