Na cerimônia em que o governo anunciou investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento, hoje (3), vários aliados presentes minimizaram as vaias que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem recebendo em cerimônias públicas nas últimas semanas. Para eles, trata-se de manifestações “isoladas” e associadas à “elite”.
O prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho (PT), convidou Lula para visitar a capital e garantiu que ele não receberá vaias lá. “Nós não somos ‘traíras’ e saberemos muito bem agradecer àquele que olha pelos mais pobres desse país. Jamais o senhor receberá uma vaia no nosso município”, afirmou Sobrinho, que falou em nome dos prefeitos presentes, no evento realizado no Palácio do Planalto.
Na abertura dos Jogos Pan-Americanos, no dia 13 de julho, o presidente Lula recebeu vaias do público que lotou o Maracanã (RJ). Dias depois, o presidente disse em seu programa de rádio que ficou triste com a atitude da platéia. Manifestações semelhantes, em escala menor, têm acontecido em alguns dos estados aonde Lula tem ido anunciar investimentos do PAC.
Indagado sobre a declaração do prefeito, o ministro das Cidades, Márcio Fortes, disse que Sobrinho deve ter feito referência a essas manifestações. “Essa questão da vaia deve ter sido uma referência a algumas situações em que alguns funcionários, que estavam em greve, participaram de dois momentos das nossas visitas. Foram coisas limitadas, porque os auditórios estavam repletos de pessoas que apoiaram o programa. Foi como aqui, todos muito satisfeitos de terem recebido recursos que nunca foram distribuídos em tanto volume para as prefeituras e estados”, afirmou.
Discursando em nome dos governadores, Ana Júlia Carepa (PT), governadora do Pará, também elogiou o presidente. Para ela, nunca um governo deu tanta atenção ao saneamento básico. “Eu gostaria de ver, senhor presidente, uma parcela do povo que gosta tanto de fazer campanhas que faça uma campanha contra a pobreza e miséria, que foram durante décadas deixadas pelas elites que governaram esse país. Não vejo as elites se revoltarem contra isso”, afirmou. “Todos sabem que falamos em nome do nosso povo, e o nosso povo te aplaude, presidente.”
O valor dos projetos anunciados chega a R$ 6,9 bilhões, incluindo-se obras de saneamento ambiental e urbanização de favelas em 12 estados e no Distrito Federal.