Dois homens envolvidos em crime de roubo e extorsão contra vítimas homossexuais foi presa por ordem judicial após serem identificados em investigações da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Cuiabá. Eles foram localizados em Dourados com apoio da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul.
A dupla foi identificada durante investigações do crime, ocorrido no final de maio, em Cuiabá, quando a vítima através de um site, contratou os serviços de um garoto de programa. Na hora e local acertado, o suspeito compareceu e logo que chegou recebeu o valor de R$ 150 o qual foi acertado no cartão de crédito da vítima. Antes de iniciar a relação sexual, o suspeito disse que precisava ir ao banheiro e, logo que saiu, começou a agredir a vítima e fazendo graves ameaças. O suposto garoto de programa desferiu golpes de canivete na vítima, assim como o estrangulou com o cordão de um roupão. Durante a tortura, o suspeito exigia que ele fizesse uma transferência de R$ 30 mil, mas a vítima conseguiu demonstrar que só conseguiria transferir o valor de R$ 3 mil. Em seguida, o suspeito ligou para uma pessoa, com a qual conversava a todo momento pelo viva voz, e solicitou o número da conta para a transferência, informa a Polícia Civil de Mato Grosso.
Segundo a vítima, a pessoa do outro lado da linha era certamente um transexual, em razão da voz característica, e que também era namorada ou esposa do suspeito, uma vez que só se tratavam como “meu amor” e “meu bem”. Após a vítima atender a exigência e transferir o valor exigido para a conta determinada, o suspeito fugiu do local.
A equipe da DERF Cuiabá iniciou as investigações, identificando o beneficiário do depósito que reside no Mato Grosso do Sul. Durante os trabalhos, os policiais descobriram que ele é transexual e tem registros criminais no estado de Mato Grosso do Sul.
Com base nesse levantamento, os policiais conseguiram identificar o segundo suspeito que praticou a extorsão e também tem diversos registros policiais em São Paulo, Mato Grosso do Sul e, agora, Mato Grosso.
O delegado que coordenou as investigações, Eduardo Rizzoto de Carvalho, representou pela prisão preventiva dos suspeitos as quais foram decretadas pela justiça. Segundo o delegado, a dupla possivelmente, comete crimes em determinada cidade por um tempo e depois se muda para não serem identificados. “É muito provável que várias vítimas, deste tipo de crime, sequer registrem boletins de ocorrências em razão do constrangimento da situação, uma vez que muitas delas escondem de seus familiares esses relacionamentos, bem como até mesmo a homossexualidade”, destacou o delegado. A informação é da assessoria da Polícia Civil.