Esta 1ª Conferência Estadual de Comunicação nestes dias 19 e 20 não é do poder público, nem dos empresários e muito menos somente da sociedade civil organizada. É do cidadão embrenhado em Rondolândia, a 1.600 Km no Noroeste de Cuiabá; é do caboclo simples maravilhado com a natureza de São Pedro de Joselândia, no Pantanal a cerca de 100 Km daqui. É de famílias excluídas do pão sagrado de todo dia, da falta de teto sonhado, de saúde desejada da zona urbana. É sobretudo uma esperança para gente, de carne e osso, que vê a mata caída e animas subtraídos na Amazônia sem ter o que fazer para mudar essa imagem.
A 1ª Conferência Estadual de Comunicação de Mato Grosso é de mães como muitas daqui, que geram na dor e se debatem e rompem obstáculos no cotidiano no amor aos filhos. É conferência de muitos joãos, de tantas marias, de jovens de hoje e das décadas adiante que clamam pela melhor utilização do dinheiro comandado por governos, engravatados mal intencionados e inescrupulosos que lhes tiram o pão, a água, o sono, a natureza de cachoeiras e mata verde nativa.
É o encontro do povo assistido e desassistido. Daqueles cansados de sons, imagens e textos que tremulam todo dia em luzes emitidas pela maravilha tecnológica de ondas de rádio, de internet, de televisão e do papel a propagar sinais de morte. Das pessoas que se argumentam contra energias multimídias com mensagens goela abaixo de vícios da fumaça, do álcool e da violência para chocar e demonstrar falso poder. Cidadãos que querem se ver livres do consumismo desenfreado de produtos que a Terra não dá conta de repor a todos. E do lixo tecnológico, material e humano que aumenta a cada dia nas calçadas e entre homens e mulheres, fruto da ganância, do uso artificial e supérfluo de tantos modismos.
A 1ª Conferência Estadual de Comunicação é gente, é bem-estar, é estar em ciclo contínuo de aprender, de conhecimento, de sabedoria popular, de utilidade pública, de orientação para ciência, saúde, segurança, educação, cultura, de reforço de direitos de minorias, da formação para o trabalho e da correta escolha para a representação política. É a iniciativa do empreendedor e do capital privado no cumprimento da função social em um Estado de oportunidades. É a conferência o momento de reafirmação dos princípios de anulação das desigualdades. Da certeza de que democracia na poesia não rima com liberdade, mas na comunicação combina com autonomia de decidir e opinar. Sem ranços, discriminação, sem covardia e longe da vingança. De diversão e entretenimento útil a todos sim! E não de meia dúzia de supostos reis que ousam acumular transações eletrônicas para justificar uma certa boa vida.
A 1ª Conferência Estadual de Comunicação de Mato Grosso é produção, distribuição, direitos e deveres para a cidadania do conteúdo exibido em uma infinidade de meios de informação, comunicação e redes sociais de compartilhamento de ideias. É o espaço de se repensar a comunicação na formação da própria sociedade mato-grossense moldada pelo sulista, nordestino, mineiro, paulista, nortista, carioca, negro, latino e indígena. É a barca dos povos irmãos.
É a oportunidade e hora de se apagar com correção de rumo a imagem de listas impunes, de escândalos, de corrupção.
É Comunicação: meios para a construção de direitos e de cidadania na era digital
Sejam bem vindos todos a estes debates e reflexões que nos levarão à certeza do dever cumprido e de um risco no marco da história !
*Jonas da Silva é jornalista em Cuiabá formado pela UFMT