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Após a Copa, Mato Grosso deve olhar para o futuro

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A população de Mato Grosso se despediu da Copa do Mundo nesta terça-feira, 24, no jogo entre Japão e Colômbia, na Arena Pantanal, com uma belíssima festa nas arquibancadas, na Fan Fest e pelas ruas de Cuiabá. Desde o jogo que inaugurou a Copa em Mato Grosso, entre Chile e Austrália, até o triunfo da Colômbia sobre a seleção japonesa, assistimos à nossa capital crescer em popularidade como cidade-sede e passar de “patinho feio” do mundial a um dos destaques do torneio.

Antes do início da Copa, muito se disse e se escreveu sobre os problemas enfrentados pelo governo de Mato Grosso na preparação para receber os jogos. Os atrasos das obras, especialmente daquelas que terão impacto sobre a mobilidade urbana, assim como as nossas características climáticas e territoriais, foram destacados de forma negativa pela mídia nacional, que muito questionou a escolha de nossa capital como cidade-sede.

Tivemos o desprazer de ver Cuiabá tratada como “sede estranha” no noticiário e fomos criticados tanto e com tamanho exagero que, em dado momento, surgiu até a dúvida se aqueles jornalistas haviam, de fato, alguma vez pisado no nosso território para averiguar em pessoa a realidade da nossa preparação para a Copa. Vemos hoje que o pessimismo e a crítica raivosa deram lugar à alegria, ao respeito e à admiração.

Na imprensa nacional e internacional, a mudança de posição foi evidente. A revista Veja, que antes do início dos jogos escreveu que a Copa em Cuiabá aconteceria na base do improviso, publicou na semana passada um texto exaltando a recepção excepcional aos turistas e o clima de festa e alegria que contagiou a nossa capital. No exterior, grandes veículos de mídia americanos, ingleses, franceses, alemães têm destacado esta Copa como uma das melhores da história dentro e fora das quatro linhas.

Não restam dúvidas de que a Copa do Mundo no Mato Grosso foi um sucesso total. Recebemos mais de 100 mil turistas durante o período, além de profissionais de diversas áreas que atuaram nas partidas. Fomos visitados por delegações dos países de algumas das seleções jogaram na Arena Pantanal e, através desses encontros, já estamos formando novos laços e fomentando acordos que podem vir a dar bons frutos para o Mato Grosso.

O grande número de turistas brasileiros e estrangeiros que vieram assistir aos jogos da Copa colocou à prova nossa preparação para recebê-los, e o êxito foi absolutamente positivo. Com mais de 90% das vagas em hotéis ocupadas, comércio e restaurantes sempre cheios e muita procura por pacotes de viagem, a vinda dos turistas rendeu grandes oportunidades de trabalho e de negócios para quem se preparou e acreditou no potencial da Copa.

Chilenos, australianos, russos, coreanos, nigerianos, bósnios, japoneses e colombianos trouxeram seu colorido especial para a nossa festa e, juntos, formamos uma maré de alegria que uniu culturas, raças e credos. Temos que agradecê-los pela generosidade, assim como, tenho certeza, eles agradecem a nossa hospitalidade.

As obras que não foram entregues total ou parcialmente sofreram com problemas como a falta de repasses e o excesso de burocracia. A maioria deve ficar pronta até o final deste ano, feita a exceção do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que deverá ser concluído pelo próximo governador. Porém, a conclusão dessas obras não deve ser o único objetivo do governo estadual neste período pós-Copa. Precisamos continuar trabalhando para colher os frutos de todo o trabalho feito para receber o evento.

Uma das maiores preocupações agora deve ser o destino da Arena Pantanal, reconhecida como um dos mais belos e modernos estádios do Brasil na atualidade. A Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa) já anunciou que será realizada, ainda neste ano, uma licitação para a concessão do estádio para a iniciativa privada.

A ideia é garantir, através dos critérios da licitação, que a Arena sirva de indutor para o futebol mato-grossense e também que possa ser utilizada pela população como uma nova área de lazer. Faz parte do plano apresentado pela Secopa viabilizar a realização de jogos do Campeonato Brasileiro aqui em Mato Grosso. A iniciativa é boa, mas deve ser acompanhada por fiscalização e controle para garantir que sejam respeitadas as prerrogativas.

A Copa, que antes de terminar já deixa saudades nos corações e mentes do povo de Mato Grosso, deve ser vista como o início de um novo momento para a gestão pública no estado. Mostramos nosso potencial como destino turístico e como sede para grandes eventos, ainda que tenham ocorrido problemas na preparação. Precisamos concluir as obras e continuar apoiando o desenvolvimento de nosso estado para garantir que o legado maior da Copa não seja a lembrança da festa maravilhosa que protagonizamos, mas sim a certeza que o futuro guarda ainda maiores realizações para Mato Grosso.

Julier Sebastião da Silva – ex-juiz federal em Mato Grosso

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