A concessionária que administra a BR-163/364 informou que foi bloqueado, agora há pouco, o km 203 da BR-364, em Rondonópolis. A fila de carretas e caminhões transportando produtos não perecíveis chega a dois quilômetros. Os demais veículos (de passeio, ônibus e de cargas vivas) estão passando. Os caminhoneiros da região decidiram aderir ao protesto que vem sendo realizado desde quarta-feira (18) na BR-163 em Lucas do Rio Verde (onde iniciou), Nova Mutum e Sorriso. Ontem, motoristas de Sinop também aderiram, na altura do trevo de Juara.
Hoje, no Nortão, quando começou a 'etapa' de 48 horas seguidas sem liberar a pista (anteriormente havia intervalo por volta do meio-dia e à noite), longas filas se formaram nos dois lados da pista. Segundo a concessionária que administra a rodovia, as filas chegam a cinco quilômetros em alguns pontos. Carretas e caminhões com cargas vivas e perecíveis continuam passando, bem como carros e ônibus. Os que transportam combustível, gás, móveis, eletrodomésticos, roupas, calçados, pneus, materiais elétricos e inúmeros outros produtos estão nas filas.
Em Sorriso, esta manhã, houve um incidente. O motorista de um Ford Cargo branco baú, transportando produtos hospitalares, não teria atendido a ordem de parar no ponto onde há o bloqueio e acabou atingindo um dos manifestantes (que teve algumas escoriações). Irritados, os motoristas acabaram apedrejando o caminhão, que teve pelo menos o para-brisa e um dos espelhos retrovisores quebrados.
Uma das principais reivindicações dos caminhoneiros e donos de empresas de transporte, que pode ser adotada pelo governo do Estado, é a redução de 17% para 12% na alíquota de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incidente sobre o óleo diesel em Mato Grosso. Caso esta medida seja adotada, resultaria na diminuição do preço, na bomba, mas por outro lado, reduziria a arrecadação de impostos.
Com o último aumento estabelecido pelo governo federal, em Sorriso, o litro do óleo diesel foi para R$ 3,05 (preço médio apontado pela ANP), mas pode ser encontrado por até R$ 3,29 em alguns postos. Em Sinop, varia de R$ 2,98 até R$ 3,14 de um posto para outro. Em Lucas, é vendido até R$ 3,24 e, em Nova Mutum, chega até R$ 3,31.
Conforme Só Notícias já informou, um grupo de empresários do ramo de transportes e também representantes dos caminhoneiros se reunirá com o governador Pedro Taques (PDT), esta tarde, no Palácio Paiaguás, em Cuiabá, para apresentar as reivindicações relacionadas também a lista de preços mínimos do frete. As empresas alegam que estão tendo prejuízos e caminhoneiros autônomos apontam que estão com praticamente sem resultados positivos com os valores atuais e devido ao aumento no óleo diesel.
O governo federal ainda não se posicionou sobre a cobrança dos caminhoneiros e das empresas de transporte para baixar o preço do diesel.