A situação inusitada foi contada pelo ex-técnico Nilo Neves em reportagem especial elaborada pelo site esportivo ESPN. Ele comandou o Sinop Futebol Clube em 1990 durante a campanha do primeiro título mato-grossense do “Galo do Norte” e foi o grande responsável por lançar, o até então desconhecido, Rogério Ceni.
Ele lembrou que Ceni era o terceiro goleiro da equipe e os dois primeiros, Marília e Valdir Braga, se machucaram durante a competição. A diretoria sinopense queria contratar um novo atleta para a posição, situação que foi rebatida pelo treinador ao escalar um Rogério Ceni, de apenas 17 anos, no gol contra o Cacerense em jogo fora de casa.
“No primeiro jogo dele, a diretoria falou que eu ia embora. A partida estava 0 a 0, teve um pênalti, era uma cidade pequena que o torcedor invadia o campo, gritava e a gente não tinha muito como reclamar. Jogando fora, o centroavante se jogou em cima do zagueiro e o árbitro deu a penalidade. Pensei que estava sem emprego. O cara bateu e o Rogério pegou. Eu pensei que estava desempregado, mas ele foi lá e pegou. Aí começou a carreira dele”, disse Nilo.
Aquela partida terminou empatada em 1 a 1, o técnico manteve Ceni no gol e ele ficou lá até o final do campeonato. “Em pouco tempo, porém, Sinop ficou para trás. O garoto que morava no interior de Mato Grosso desembarcou em São Paulo para fazer um teste no clube homônomo. Rogério se perdeu na cidade grande, chegou atrasado e arruinou a primeira chance. Os contatos em Sinop lhe permitiram uma nova oportunidade, que desta vez foi adiada pelo próprio clube”, aponta trecho da reportagem.
Em 7 de setembro de 1990, Rogério Ceni chegava ao CT da Barra Funda para dar início à sua história no São Paulo. O hoje ídolo estreou com a camisa do São Paulo no Metropolitano Juvenil. O primeiro jogo foi um empate por 1 a 1 contra o São Bento, de Sorocaba. Mais tarde, veio o título do torneio na decisão contra o Corinthians.
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