José Bispo Barbosa, 52 anos, natural de Itumbiara (GO), foi reconduzido ao cargo de reitor do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) no dia 12 de dezembro. Seu histórico junto à instituição demonstra vasta experiência, passando pelo processo seletivo para o curso técnico de eletrotécnica (1979/1983), à direção de Departamentos como o de Eletroeletrônica e Administração e conquistando o posto de reitor, para o 1º mandato, em 2008.
Em entrevista para A Gazeta, José Bispo destaca metas principais como avançar sobre o processo da interiorização, valorização da instituição e dos profissionais e ampliação do número de vagas e cursos. Do alto do conhecimento, fala sobre a qualidade da educação no Estado, ainda distante do quadro ideal, e da dinâmica diferenciada desenvolvida no IFMT para garantia da inclusão de alunos.
Quais os principais pontos de avanço que o senhor pretende implementar na nova gestão?
“Eu fui reeleito no dia 12 de dezembro e temos grandes ações para tocar no Instituto Federal de Mato Grosso, tendo em vista que é uma instituição de ensino, pesquisa e extensão. Nós temos que reforçar muito a questão do ensino. Nós também estamos trabalhando com a pesquisa e extensão. Então são projetos deste tripé de extrema importância que nós vamos trabalhar fortemente. Nós estamos começando a trabalhar com a pesquisa. Em 2009, quando assumimos o cargo de reitor, aplicávamos R$ 200 mil na pesquisa e hoje nós estamos aplicando mais de R$ 1,5 milhão. E nós vamos continuar avançando. Extensão é uma área que estamos trabalhando fortemente e agora em 2012 veio o Pronatec para reforçar a questão da extensão. Neste ano, aplicamos quase R$ 5 milhões só em projetos de extensão, e aí nós temos muitos cursos de qualificação, cursos não integrados e que vamos atender o Estado todo. Para 2013 deveremos aplicar mais de R$ 10 milhões só no Pronatec, então a extensão vai estar muito bem servida nessa área de capacitação”
Como avalia a atenção da presidente Dilma Rousseff para essas instituições?
“Não tenha dúvida de que melhorou bastante, mas na verdade isso começou lá em 2006 e 2007, quando o presidente Lula começou a autorizar a expansão da rede. Nós tínhamos 140 unidades no país em 2006, hoje são 402 unidades e nós vamos chegar em 2014 com 600 unidades. A presidente Dilma autorizou mais 208 unidades. Mato Grosso foi contemplada com Sorriso, Alta Floresta, Várzea Grande e Primavera do Leste. Na verdade o governo federal está investindo bastante recursos na expansão, na interiorização da educação profissional e tecnológica. O importante também de tudo isso é que tínhamos em 2009 5 unidades, hoje temos 11 unidades e vamos em 2014 ou 2015 por volta de 14 ou 15 unidades”
Isso vai significar quanto em termos de cursos e de vagas no Estado?
“Nós tínhamos, em 2009, 6 mil vagas e devemos chegar a 2014 e 2015 com quase 20 mil vagas. Então mais do que triplicamos o número de vagas no Estado. E o importante também é que nossa instituição trabalha desde o FIC, que é a formação inicial e continuada, cursos técnicos, cursos superiores na área de engenharia, na área de
tecnologia, licenciatura. E temos o nosso primeiro mestrado que está implantado no campus Bela Vista, ou seja, é uma instituição que hoje nós temos o FIC, o ensino médio, ensino integrado, graduação, pós-graduação em nível de especialização, mestrado e nós estamos caminhando para o doutorado. Acredito que até 2015 a gente tenha condições de ter o nosso primeiro doutorado na instituição, que está avançando bastante.
Qual o orçamento da instituição?
“Nós tínhamos o orçamento por volta de R$ 60 milhões em 2009 e em 2013 passa de R$ 200 milhões de investimentos só no Instituto Federal de Mato Grosso. Nesse processo de interiorização, a UFMT também faz um trabalho nesse sentido”.
O senhor acredita que em alguns municípios pode haver algum tipo de concorrência entre as duas instituições
de ensino ou se difere muito o ensino desenvolvido por cada uma?
“Na verdade temos 3 instituições públicas no Estado de Mato Grosso, que milita na área de educação superior: a UFMT, o Instituto Federal e a Unemat. Nós temos uma parceira muito forte entre as instituições e onde está presente 2 dessas instituições ou as 3, nós não concorremos entre nós. Os cursos que são ministrados pela UFMT não são ministrados no Instituto Federal e nem pela Unemat. Temos esse cuidado, como são 3 instituições públicas de educação superior, nós não sombreamos umas as outras. Existe um acordo entre eu, a professora Maria Lúcia e o Adriano, da Unemat, exatamente para não desperdiçar recursos públicos. E nós vamos ter essa parceria muito forte. A UFMT está em 4 cidades, em Cuiabá, Rondonópolis, Barra e Sinop. E agora está indo para Várzea Grande. Inclusive a nossa área em Várzea Grande vai ficar ao lado da área da universidade, mas os cursos que nós vamos ministrar serão diferentes dos cursos da universidade, exatamente para uma instituição não concorrer com a outra. Essa tradição da instituição se tornou uma forte característica que ajuda nesse processo.
Nesse avanço existe foco especial sobre a capacitação em relação às obras de 2014?
“Não tenha dúvida que a instituição é uma instituição, como a gente costuma colocar para as pessoas, nova e velha ao mesmo tempo. Nós temos campus, a exemplo de Sorriso, que começou este ano, mas nós temos o campus de Cuiabá com 103 anos de existência. Então são 103 anos que prestamos bons serviços para a sociedade. E como Cuiabá é uma cidade subsede da Copa do Mundo, então nós também vamos capacitar pessoas principalmente na área do Pronatec para a Copa do Mundo. Estamos inseridos nesse projeto que é Copa do Mundo e vamos capacitar e qualificar as pessoas, principalmente na área do Pronatec, para a Copa do Mundo”.