Paz e segurança nas escolas é debatido com as instituições estaduais visando o fortalecimento da parceria integrada. A filosofia de trabalho a ser desenvolvida assemelha-se ao realizado pela Polícia Comunitária. As discussões sobre as iniciativas foram tratadas no gabinete da Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer (Seduc), com representantes dos órgãos envolvidos, no início desta semana.
“Um Termo de Cooperação deverá ser estabelecido entre os parceiros, depois trataremos da descrição das atividades e o plano de ações”, revelou a Cel Zózima Dias dos Santos, idealizadora do Programa Rede Cidadã, que é parceira da Seduc.
Um fluxograma também será criado com o objetivo de definir as atribuições e papéis de cada componente (órgãos/instituições), inclusive dos pais dos alunos. “A família é fundamental na educação. A primeira instituição é a família e o que está acontecendo atualmente é que os pais estão transferindo essa responsabilidade para a escola”, explicou Ana Carolina de Jesus Costa, da equipe do Programa Paz na Escola, da Seduc.
Na oportunidade, a coordenadora de Projetos Educativos Mariana Máximo, detalhou sobre o funcionamento do Programa Paz na Escola que é desenvolvido desde 2011, e que funciona como um guarda-chuva, agregando os demais projetos cujo objetivo é um ambiente de paz nas escolas.
“Precisamos fortalecer a equipe, são duas pessoas que estão à frente do trabalho, eles vão às escolas orientar os profissionais da educação sobre como agir em situações de conflito e até que ponto a escola pode tomar uma atitude diante das situações vivenciadas ou acionar a Rede de Proteção. O trabalho da Seduc é no sentido de prevenção”.
No sentido de auxiliar esse trabalho, o comandante Geral da Polícia Militar de Mato Grosso, Gley Alves de Almeida Castro, informou que os policiais serão capacitados. “Trata de uma mudança no pensar desse profissional. Ele precisa entender como agir na escola. É um processo diferente”.
Para o secretário adjunto de Política Educacional, Edinho de Sousa, “a polícia precisa mostrar que é dócil, amiga e educada na defesa do cidadão, mas dura quando necessária. É preciso ensinar que se ele (aluno) não infringir as regras da sociedade estará tudo bem. E que o trabalho é no sentido de corrigir antes, para garantir a segurança. A polícia tem que ser o herói dos nossos estudantes”.
O secretário executivo Luciano Bernart, pontuou que o programa é importante e que precisa melhorar sua abrangência, uma vez que, quando algo errado acontece na escola interfere no aprendizado. “A indisciplina atinge os colegas. O Programa é essencial. De fato é preciso planejar o trabalho para evitar os efeitos do futuro”.
Por outro lado, entende-se que não adianta atacar o problema se o que se faz é apenas para atender o emergencial. O foco da ação deve ser em buscar a causa do problema e planejar para evitar as consequências.
Ressalta-se que, depois de ocorrida a infração é que o trabalho integrado se inicia, com a Rede Cidadã e a intervenção dos demais parceiros, para trabalhar com o aluno no sentido de reintegrá-lo, especialmente na família.
Estão envolvidos nas ações integradas a Secretaria de Estado de Segurança Pública, Rede Cidadã, Polícia Judiciária Civil (Delegacia Especializada do Adolescente – DEA), Conselho Tutelar, Poder Judiciário e Ministério Público e Seduc.