A possibilidade de sair da escola pronto para o mercado de trabalho pode transformar a realidade dos alunos. Essa possibilidade foi real para os estudantes de 52 unidades de Mato Grosso, nas quais foram ofertados 11 cursos no Ensino Médio Integrado à Educação Profissional (Emiep).
Mais de quatro mil jovens de todas as regiões de Mato Grosso estão matriculados em escolas estaduais urbanas e do campo nos cursos técnicos em Administração, Agroecologia, Agroindústria, Alimentos, Comércio, Informática, Logística, Meio Ambiente, Recursos Humanos, Vendas e Magistério. Ao concluir o 3º ou 4º ano, o estudante sai apto para trabalhar no curso escolhido, contribuir com a renda familiar e com a demanda por mão de obra qualificada na sua comunidade ou cursar uma graduação em nível superior na mesma área do conhecimento.
A coordenadora de Ensino Médio da Seduc, Célia Margarida, falou sobre a importância de integrar os currículos do ensino regular e profissionalizante no processo diário. “Por exemplo, quando uma aula trata do tema poluição os alunos são incentivados a pesquisar sobre os impactos dessa situação no meio ambiente, indústrias, economia e de que forma isso reflete no mercado de trabalho em que ele será inserido e na vida das pessoas como um todo”, explica.
Dessa forma, os professores contratados para ensinar as disciplinas do curso profissionalizante nas escolas devem atender ao perfil de integradores e auxiliar neste processo de adequação dos currículos. Os educadores das três áreas do conhecimento associam os conteúdos trabalhados à formação profissional.
Célia frisa que as localidades e os cursos ofertados dependem da demanda de cada região e disponibilidade para o atendimento por parte da Seduc, citando como exemplo da Escola Estadual Antonio João Ribeiro, em Poconé. No município, foi identificada a necessidade da mão de obra para a Educação Básica nos anos iniciais de alfabetização. Por isso, a Seduc atendeu a comunidade abrindo uma turma de Magistério na unidade escolar – que formará seus alunos em 2016.
Existem também cursos em que são abertas novas turmas todos os anos. É o caso da Escola Estadual Jaime Veríssimo de Campos Júnior em Várzea Grande. A escola inaugurada em 2004 conta com o Emiep há seis anos, com o curso técnico de Informática integrado às disciplinas do Ensino Médio.
A capitação foi complementada em 2015 com o ensino de robótica educacional. A integração da novidade à grade curricular formal fez com que a escola ofertasse três turmas de 1º ano. Nos anos anteriores o abandono do curso por parte dos estudantes atingia quase um terço dos matriculados.
A desistência dos alunos durante o decorrer da formação foi um fator decisivo para que ocorresse a mudança no tempo de execução do curso. A coordenadora do Ensino Médio da Seduc avalia que a grade curricular dos cursos de Emiep foram aos poucos adaptadas para três anos, entre outras situações, por conta da evasão causada pelo curso extenso. “Assim, os cursos que ainda são executados em quatro anos estão em fase final esse ano, e em 2016 todos os cursos serão realizados em três anos de formação”.
O Ensino Médio Integrado à Educação Profissional é fomentado por meio do programa Brasil Profissionalizado – que visa fortalecer as redes estaduais de educação profissional e tecnológica.
A iniciativa repassa recursos do governo federal para que os estados invistam em suas escolas técnicas. Criado em 2007, o programa possibilita a modernização e a expansão das redes públicas de ensino médio integradas à educação profissional, uma das metas do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE).