As escolas dos assentamentos da reforma agrária, Zumbi dos Palmares, Keno e 12 de outubro, todas em Cláudia (90 quilômetros de Sinop), ainda aguardam recursos financeiros para iniciar as reformas nas estruturas das unidades. A informação foi repassada pelo diretor da Escola Estadual Florestan Fernandes, localizada no assentamento 12 de outubro, Adilson de Jesus Santos, que reclamou, ao Só Notícias, que a concessionária Companhia Energética Sinop (CES), responsável pelas obras da usina que alagarão parte do assentamento, ainda não se pronunciou sobre prazos para começar as reformas. “Tivemos uma reunião com representantes da empresa e o prefeito de Cláudia, João Batista (PSD), já autorizou a liberação de R$ 50 mil, que fazem parte do valor que o município receberá como compensação pelo impacto do empreendimento”.
Entretanto, segundo Adilson, depois da reunião, representantes dos assentamentos, buscaram contato para cobrar prazos para a execução das obras e CES, no entanto, não deu mais resposta. “A empresa simplesmente não se pronunciou mais sobre a situação. Tentamos por várias vezes. Estamos preocupados porque a nossa situação é lamentável, uma vez que não há sequer banheiros na nossa escola especificamente. A gente vive no século 21 e ainda temos escolas nestas condições. É bem complicado”.
Apesar dos problemas apontados, todas as escolas iniciaram o ano letivo esta semana. Cerca de 600 alunos estudam nas três unidades.
Outro lado
O prefeito João Batista (PSD) explicou que a Companhia Energética Sinop aguarda um retorno da própria prefeitura, que ficou responsável por elaborar as planilhas com os custos das reformas e repassar para a empresa. “Contratamos um engenheiro e devemos entregar as planilhas ainda hoje. A gente teve uma demora para entregar porque este profissional também atende outras cidades. Mas a partir de amanhã, a CES poderá contratar as empresas para fazer as reformas”.
De acordo com Batista, o valor de R$ 50 mil não será suficiente para as três escolas. Ele explicou que a assessoria pedagógica estadual confirmou que seriam liberados mais R$ 14,5 mil para cada escola, como forma de complementar os valores. “A princípio a reforma da Florestan Fernandes custará mais caro do que o previsto, por isso teve esta diferença. Estamos negociando para fazer uma reforma mais básica naquela unidade e conseguir, assim, completar as três obras”, apontou.
Questionado, o prefeito ainda informou que não há um prazo definido, porém, as obras devem começar em breve. “Acredito que até semana que vem já esteja tudo resolvido para iniciar. Vale ressaltar que também conseguimos a ratificação do secretario estadual de Educação, Permínio Pinto, afirmando que os recursos para que a sede definitiva de cada escola seja construída (os valores devem ultrapassar R$ 6 milhões) serão liberados em breve”.
A Companhia Energética Sinop também foi procurada para comentar o assunto e a assessoria informou que deve emitir uma nota ainda hoje.