O produtor rural sorrisense Jorge Baldo apresentou, semana passada, em Cuiabá, na Secretaria de Desenvolvimento Rural, o projeto de reflorestamento que visa o plantio comercial de cerca de 23,2 milhões de mudas de eucalipto na região Norte. O projeto é audacioso: visa o reflorestamento de 3% da área agricultável do município.
A demanda é de R$ 57 milhões e, se aprovada, sairá do Programa de Conservação da Natureza (Pronatureza), que faz parte do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO/Rural). Os recursos são para financiar o reflorestamento de aproximadamente 14,5 mil hectares.
O assessor especial da Secretaria de Desenvolvimento Rural e coordenador do FCO Rural, Dimas Gomes Neto, informou ao Só Notícias que considera o projeto viável, mesmo que não seja liberado todo de uma vez. “Afinal, 3% da área do município é um volume bastante expressivo. A Câmara já está funcionando há 3 meses e até agora conseguimos a liberação para apenas 6,5 mil hectares”, disse.
A Câmara de Política Agrícola e Crédito Rural da Secretaria de Desenvolvimento Rural de Mato Grosso (Seder) vai avaliar o projeto. Segundo as normas do Pronatureza, cada produtor pode captar entre R$ 3,8 milhões e R$ 4,2 milhões, com uma carência de 10 anos para pagamento. A linha de crédito prevê ainda o pagamento da dívida em até 20 anos a juros que variam de 6% a 10,75% ao ano.
A adesão dos agricultores é voluntária. Baldo considera que o empreendimento é auto-financiável. Ele justifica que no período de carência é possivel implementar o programa e quitar as dívidas com recursos oriundos da produção.
De acordo com Baldo, a alternativa é mais rentável que o cultivo de grãos. Ele calcula que em seis anos, tempo necessário para o corte do eucalipto, o produtor consegue um ganho de R$ 7,5 mil por hectare, o que por ano significa uma remuneração de R$ 1,250 mil por hectare com a produção de lenha, que é usada como fonte de calor na secagem dos grãos produzidos na própria região.