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Polícia Federal investiga lavagem de dinheiro e evasão de divisas em Mato Grosso

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Todos os estados brasileiros, com exceção do Tocantins e Acre, possuem suspeitos de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, de acordo com a investigação feita pela Divisão de Repressão a Crimes Financeiros da Polícia Federal. A PF concluiu que 3,5 mil pessoas e empresas podem ter cometido os crimes.

A assessoria de imprensa da polícia não divulga o nome dos suspeitos, mas afirma que entre os investigados estão artistas, jogadores de futebol, empresários e políticos. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados. Ao todo, US$ 975 milhões foram movimentados por meio da Beacon Hill, empresa fechada há dois anos nos Estados Unidos por suspeita de lavagem de dinheiro.

Agora, 3,5 mil inquéritos serão abertos para investigar individualmente cada um dos suspeitos. O dossiê de conclusão das investigações será enviado às superintendências estaduais da PF para que cada estado investigue os suspeitos que ali residem. Até sexta-feira, todas as superintendências receberão o dossiê.

Alguns investigados já foram autuados pela PF por sonegação fiscal. As investigações começaram no dia 17 de agosto de 2004 na operação batizada de Farol da Colina, Beacon Hill em português. A Operação é um desdobramento das investigações realizadas desde 1997 no chamado Caso Banestado.

Na primeira fase das investigações, os policiais prenderam mais de 60 pessoas envolvidas com esquema de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, crimes de sonegação fiscal e formação de quadrilha. A Operação mobilizou cerca de 800 agentes da PF em oito estados brasileiros – Amazonas, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo. Ao todo, foram expedidos 123 mandados de prisão.

A primeira fase visou basicamente os doleiros, que faziam intermediação de dinheiro para lavagem. Nesta segunda fase, o objetivo, segundo a polícia, foi investigar supostos clientes desses doleiros, ou seja, as pessoas que enviaram dinheiro ao exterior.

Ainda nessa fase, o diretor da Polícia Federal, Paulo Lacerda, havia explicado que o cliente de um doleiro tem um perfil variado. Vai de um empresário que quer sonegar tributos a um traficante, um contrabandista e até mesmo pessoas que, de uma forma descuidada, ao invés de ir a um banco oficial, procuram doleiros para fazer uma operação cambial. “E às vezes a pessoa até bota em sua declaração de renda aquela operação, mas não está sabendo que está usando um canal inadequado, indevido, que pode trazer algum tipo de comprometimento”, disse.

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