O delegado de Polícia Federal, Renato Sayão, deve solicitar mais 60 dias para conclusão do inquérito que apura as causas da queda do avião da Gol, em setembro do ano passado, na região Norte do Mato Grosso. O último prazo concedido pela Justiça Federal de Sinop vence hoje. Ele declarou que a prorrogação é necessária já que ainda deve realizar uma perícia no Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta) de Brasília, para apurar a responsabilidade dos controladores no acidente.
Sayão já revelou que pelo menos três teriam colaborado para a queda, em que 154 pessoas morreram. Eles monitoravam o jato Legacy até o momento do choque com o Boeing da Gol, na região Norte do Mato Grosso. O delegado descartou que controladores de Manaus, de onde havia partido o Boeing, interrogados no início da semana, tenham colaborado com o acidente.
Após a conclusão das investigações o delegado deve encaminhar um relatório à Justiça Militar, responsável por processos envolvendo militares. Outras causas são apuradas. Os pilotos do jato Legacy, que envolveu-se na colisão e conseguiu pousar na base da Serra do Cachimbo, já foram indiciados.
Joseph Paladino e Jean Lepore foram apontados pela falta de cuidados necessários e exigíveis durante um vôo, com base no artigo 261, combinado com os artigos 263 e 258, todos do Código Penal. Eles chegaram a ficar quase três meses impedidos de sair do Brasil, mas tiveram os passaportes liberados em dezembro.
Sayão reforçou que o fato de o transponder do Legacy estar desligado, comprovado pelos dados da caixa-preta, foi decisivo para o choque entre as duas aeronaves.