Na preparação da implementação das políticas públicas de microrregionalização da Saúde, preconizadas pelo secretário de Estado de Saúde, Augustinho Moro, o
reforço aos Hospitais Regionais de Saúde já começa a apresentar resultados.
Numa reunião na Secretaria Adjunta de Gestão os diretores dos quatro Hospitais
Regionais de Saúde relataram experiências positivas que mostram o acerto do
seguimento dessa política de fortalecimento.
No Hospital Regional de Rondonópolis o diretor, Heitor Dorbi Schunemamm,
informou que foi necessário um ano de pesquisa e compilação de dados sobre
infecção hospitalar, nos leitos de UTIs, para a implantação de uma Comissão
de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH). Essa comissão, em pouco tempo de
trabalho, apresentou dados satisfatórios na diminuição de 70% o índice de
infecções.
O coordenador do grupo, que é formado por cerca de 12 membros, um de cada
setor do Hospital Regional de Rondonópolis, Juliano Monaretto, disse que
“esses resultados foram conseguidos com medidas simples como a lavagem
costumeira de mãos, com água e sabão, e a adoção da esterilização por meio do
óxido de etileno”.
Heitor esclareceu que a comissão é um instrumento de otimização dos custos “na
medida em que permite economia por diminuir gastos com internação prolongada.
Dessa forma utilizamos melhor a contribuição dos cidadãos, por meio do
apropriado pagamento de seus impostos, e os devolvemos em forma de serviços de
Saúde eficientes”.
O Hospital Regional de Colíder também implantou um programa para melhorar a
qualidade dos serviços oferecidos aos usuários no âmbito hospitalar. A
diretora do hospital, Sunilde Gomes Aldane, explicou que “foram escolhidos
quatro técnicos em enfermagem, dois com conhecimento geral do funcionamento do
hospital, que formam a primeira equipe do ‘Posso Ajudar’, um grupo inspirado
na filosofia do Humanizasus, programa do Ministério da Saúde, que propõe uma
nova relação entre usuários, os profissionais que os atendem e a comunidade”.
O HumanizaSus é um programa que tem como objetivo a renovação da relação entre
os vários sujeitos que estão envolvidos: usuários, trabalhadores e gestores. A
intenção é de que o SUS, com a adoção do programa, fique comprometido com a
qualidade dos seus serviços e com a Saúde integral para todos.
A implementação da Política Nacional de Humanização (PNH) tem quatro marcas
específicas para a consolidação dessa intenção. 1. A primeira é reduzir filas
e tempo de espera com a ampliação do acesso e atendimento acolhedor e
resolutivo, baseados em critérios de risco.
2. A segunda é fazer com que todo usuário saiba quem são os profissionais que
cuidam de sua saúde e que serviços de Saúde se responsabilizarão por sua
referencia territorial.
3. A terceira é garantir que as unidades de Saúde possibilitem o acesso a
informações por parte do usuário, ao acompanhamento de pessoas de sua rede
social e aos direitos do código dos usuários do SUS.
4. E a quarta é garantir a gestão participativa aos seus trabalhadores e
usuários.
O objetivo do grupo é facilitar a aproximação entre o usuário e o serviço
assistencial do hospital. “Muitas vezes”, lembrou Sunilde, “o usuário entra no
hospital e fica perdido, sem saber onde se dirigir para obter atendimento. O
grupo ‘Posso Ajudar?”, é de ajuda nessa hora. Eles levam o usuário até o local
onde podem ser atendidos. Se precisarem de mais ajuda para, por exemplo, fazer
exames, os membros do ‘Posso Ajudar” os encaminham para o local exato para
possam realizar exames com mais rapidez e sem transtornos”.
A diretora explicou que os dois técnicos que têm conhecimento completo do
funcionamento do hospital ensinam aos demais membros os mesmos conhecimentos e
que o objetivo é elevar o número de participantes do grupo para um total de
seis.
A diretora do Hospital Regional de Sorriso, Otélia Regina Akerman Hahn, contou
que optou por implantar o programa de fracionamento de medicamentos, já
autorizado pela Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A proposta
foi discutida com toda a sociedade, entidades civis, indústrias de
medicamentos e profissionais de vigilância sanitária. As regras para o
fracionamento foram definidas pelo decreto número 793, de 05 de abril, de
1993. No seu artigo 27, parágrafo dois, diz que essas regras se aplicam às
farmácias e, além delas, à setores de dispensação de hospitais públicos e
privados, de unidades de Saúde e Casas de Saúde que distribuam medicamentos
sob controle especial ou sujeitos à prescrição médica.
Otélia Regina contou que “para nos adequarmos ao sistema precisamos fazer
algumas mudanças na estrutura física da farmácia do hospital, como a criação
de um ambiente exclusivo para a prática do fracionamento”. Ela informou que um
técnico de farmácia é quem procede ao fracionamento usando como base para isso
a receita médica e tendo o cuidado de guardar o restante do remédio numa
segunda embalagem.
Já o diretor do Hospital Regional de Cáceres, José Esteves de Souza, revelou
ter implantado, no hospital que dirige, a 2ª unidade odontológica do Estado a
oferecer assistência bucal aos portadores de necessidades especiais.