Nos últimos 30 dias houve um aumento considerável nos registros de casos de catapora em Nova Mutum. De acordo com pediatra Cirlei Carafini, que atende no Hospital Albert Sabin e nos postos de saúde, tem aparecido nos últimos dias de duas a três crianças com sintomas da doença. “Podemos dizer que pelo o aumento dos casos diariamente estamos tendo uma epidemia da doença. Inclusive, em um dos casos após detectarmos catapora com infecção a criança teve que ser levada para Cuiabá”, conta.
Cirlei diz que não existe estudo que detecta as causas do aumento da varicela ou catapora, como é conhecida popularmente. Porém, acredita que hoje em dia as mães são mais conscientes do risco da doença e procuram mais o serviço de saúde. “No entanto, infelizmente, muitas ainda não levam as crianças infectadas para buscar ajuda, o que acaba prejudicando a recuperação”, alerta.
Outra hipótese aventada por Cirlei é quanto ao controle preventivo de doenças como poliomelite, sarampo e difteria feito por meio de vacinas disponíveis na rede pública. Por conta deste controle, o vírus da varicela não tem concorrente. A vacina não disponibilizada na rede pública.
A catapora é uma doença infecciosa, altamente contagiosa, causada pelo vírus Varicela-Zoster. A doença se manifesta inicialmente com febre alta, mal-estar e manchas avermelhadas pelo corpo. De dois a três dias depois, evolui para lesões e vesículas (bolhas d’água). Antes mesmo de as feridas aparecerem já há risco de contágio.
A transmissão se dá através do contato aéreo, de via respiratória para via respiratória, ou por contato direto com as lesões vesiculares. Mas geralmente a transmissão se dá mesmo é através da secreção das vesículas e antes de as pessoas infectadas apresentarem erupção ou saberem que estão com catapora.
A dona de casa Joana Silva, de 29 anos, passa por um mau pedaço. Há duas semanas o filho de sete anos pegou catapora, mas foi curado. Como ele teve contato com a irmã menor de três anos, ela acabou sendo contaminada. A doença se manifestou com febre alta e manchas vermelhas espalhadas pelo corpo. A mãe já levou a filha mais nova ao posto de saúde do seu bairro e agora está se recuperando. “Não durmo direito. Ela chora muito e coça o corpinho o tempo todo. Tem sido um sofrimento vê-la sofrer assim”, conta a mãe.
Na opinião de Joana, o governo deveria incluir a vacina contra catapora na rede pública. Mas isso ainda não acontece e nos último cinco anos houve um aumento de 200% dos casos de internação por catapora, inclusive com vários casos de óbitos registrados.