A presidência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar a emissão de cartas de créditos para 47 membros do Ministério Público Estadual, instalada há alguns dias, deve ficar com o deputado Wilson Santos (PSDB). O anúncio será feito, amanhã pela manhã, pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Guilherme Maluf (PSDB).
Depois da negativa do deputado José Domingos Fraga (PSD) em presidir a comissão, Pery Taborelli (PV) assumiu seu lugar e chamou para si o direito de ser o presidente, porém, por se tratar de deputado de primeiro mandato, ainda sem a experiência necessária para conduzir os trabalhos de uma CPI problemática como essa, a escolha deve recair sobre Wilson Santos, político bem mais tarimbado.
Já com relação à relatoria não deverá haver disputa e o deputado Leonardo Albuquerque (PDT) deverá ocupar o cargo. Além dos três já citados, fazem parte ainda da CPI, Oscar Bezerra (PSB) e Zé do Pátio (SD).
Apesar do clima de animosidade criado após a instalação da CPI, já que o Ministério Público Estadual não quer aceitar esse tipo de investigação e já acena com algumas medidas investigativas sobre a Assembleia, como forma de retaliação, o presidente do Parlamento, deputado Guilherme Maluf disse estar tranquilo. “É preciso entender que as investigações propostas são sobre a emissão de precatórios e não contra o Ministério Público. Não vejo porque essa resistência. Investigar é papel da Assembleia e essa CPI foi criada para isso, para investigar se houve ou não irregularidade”, disse Maluf, em entrevista a uma rádio da capital.
Os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito só devem ser iniciados no ano que vem, já que constitucionalmente a Assembleia entra em recesso no dia 18 e só volta às atividades normais de plenário no dia 2 de fevereiro.
Na semana passada, o Ministério Público, por meio o promotor de Justiça Roberto Aparecido Turin, da 13ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa, ingressou com quatro ações questionando a estabilidade de servidores do Legislativo, entre eles, da ex-chefe de gabinete do ex-deputado José Riva (sem partido), Maria Helena Ayres Caramello e de pelo menos mais 80 servidores.
O presidente do MP, procurador Paulo Prado, afirma que esse número pode chegar a 100 servidores que ganharam estabilidade irregularmente.