O presidente do PSD de Mato Grosso e vice-governador, Carlos Fávaro, desferiu duras críticas ao senador Wellington Fagundes (PR). Acusou o republicano de manter vínculo com responsáveis por irregularidades na área de infraestrutura na gestão Silval Barbosa (PMDB). “Todo mundo sabe que no governo passado era loteada as secretarias. Todo mundo sabe quem mandava na secretaria de Estado de Infraestrutura, que era o então deputado Wellington Fagundes e hoje senador da República, e seu pupilo lá dentro” (sic).
O republicano, que é aventado desde já como possível adversário do governador Pedro Taques (PSDB) nas eleições de 2018, de pronto rebateu. “Faço política e não politicagem”. Fávaro questiona o comprometimento do parlamentar diante das irregularidades. Revisão de contratos pela atual administração teria gerado economia aos cofres públicos de aproximadamente R$ 180 milhões. O “pupilo” de Fagundes a que Fávaro se refere é o ex-secretário de Estado de Transportes e Pavimentação Urbana, Cinésio Nunes de Oliveira. Ele foi indicado à pasta na cota do PR.
O vice-governador admite não possuir provas contra Fagundes, sobre a suposta ligação umbilical com Cinésio. “Existem pessoas que estão na oposição, que parece que não fez parte do governo Silval Barbosa. Posso dar um exemplo. Está ainda andando por fora e parece que não fez parte do governo Silval Barbosa, com problemas e escândalos que tinha, e parece que não era com eles. A sociedade precisa começar a compreender mais isso”, reiterou se referindo a Fagundes.
Ele cobrou ainda respostas acerca das graves falhas no setor da Infraestrutura. “Eu como cidadão gostaria de saber porque se pagavam tanto. Recursos contratados anteriormente para construção de pontes, via convênio governo federal, já tem redução de aproximadamente R$ 40 milhões e pode chegar a R$ 100 milhões, em revisões de contratos para construção de pontes. Ninguém percebia isso? Agora fica andando pelo interior (Fagundes), fazendo projeto político, mas e aí? Ele estava no governo, tocava uma secretaria importante. Quem era o responsável? Eu gostaria de saber”.
O pessedista foi mais além, alfinetando o senador por supostamente estar “adiantando” no interior as articulações para a construção de seu projeto político. “Estamos imprimindo um modelo sério de fazer política, sem toma lá da cá, com transparência. Não se faz mais política bancando com recursos financeiros de forma inescrupulosa. Isso não se admite mais. Mato Grosso tem um novo modelo de gestão”.
No Estado, o PSD que era adversário de Taques no pleito de 2014, agora sob o comando de Fávaro, integra o rol de siglas aliadas. Fagundes deixou a Câmara Federal após seis mandatos consecutivos para assumir cadeira no Senado. É visto pelo grupo aliado ao PSDB do governador como um concorrente em potencial para o próximo embate geral.
Outro lado – o senador Wellington Fagundes (PR), em resposta às investidas do vice-governador Carlos Fávaro disse estar tranquilo a respeito dos questionamentos. Classificou de infundadas as acusações sobre suposta ciência de irregularidades no setor de infraestrutura do Estado no governo Silval Barbosa.
“Acho lamentável que alguns representantes do Estado, eleitos pela população, se prestem a esse papel. Estou convicto, como sempre estive, de que minha consciência está tranquila em relação a todas as ações que venho desenvolvendo ao longo de tantos anos, em favor do desenvolvimento desse Estado. Fui eleito senador da República e, nessa função, faço o meu papel”.
O republicano fez questão de lembrar que como senador, se empenha para defender os interesses do Estado. “Acho que as pessoas deveriam olhar com mais propriedade para o que de fato é realizado em benefício de Mato Grosso. Tenho lutado para assegurar avanços. Me refiro, por exemplo, as ações junto ao governo federal para garantir o pagamento do Auxílio Financeiro para Fomento das Exportações (FEX)”.
Traçando um perfil de seus trabalhos, frisou sua defesa para outras conquistas. “Existem dificuldades de ordem econômica. Acho possível encontrar mecanismos para apoiar Mato Grosso. Vimos isso recentemente quando o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, veio a Cuiabá. Ele se dispôs a colaborar. Tenho buscado ajudar. São atividades que cabem ao papel de quem faz política. Não vou entrar no mérito da questão de quem está preocupado em fazer politicagem”.