O empresário Luiz Antônio Vedoin reafirmou, nesta terça-feira à tarde, em depoimento no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, ter pago propina em troca de emendas parlamentares para os deputados Lino Rossi (PP) e Ricarte de Freitas Junior (PTB).
O conselho investiga quebra de decoro de 67 parlamentares denunciados por Vedoin.
O chefe da Planam, empresa que comandava esquema de fraudes para vender ambulâncias superfaturadas para prefeituras, com verbas do governo federal indicadas por emendas de deputados, também fez outras revelações. Afirmou ter passado alguns cheques para a deputada Celcita Pinheiro (PFL), que teriam sido devolvidos por não terem fundos. O empresário disse que achava que os cheques haviam sido pagos como antecipação por emendas para a compra de ambulâncias que a parlamentar teria apresentado ao Orçamento. Entretanto, só após a quebra de sigilo bancário realizada pela Polícia Federal, viu que não haviam sido compensados.
A deputada Celcita Pinheiro nega que tenha recebido os dois cheques de R$ 25 mil.
Vedoin disse ainda que não teve contato nem pagou propina diretamente ao deputado Wellington Fagundes (PL). Segundo Vedoin, foram feitas duas emendas, no valor de R$ 360 mil e de R$ 120 mil, com o pagamento de propina de 20% a José Wagner dos Santos, da Associação Matogrossense de Municípios. Vedoin afirmou que Wagner alegava estar negociando em nome do deputado Fagundes.
As negociações teriam sido feitas com o sócio de Vedoin, Ronildo Medeiros. Segundo o empresário, essas informações estão na gravação de conversa entre ele e o sócio, obtida pela Polícia Federal.
O empresário Luiz Antônio Vedoin negou há pouco ter pago propina ao deputado Pedro Henry (PP). Ele explicou que o carro que comprou para o parlamentar foi uma “ajuda de campanha”. Também destacou que nenhuma das emendas de Henry ao Orçamento que poderiam beneficiá-lo foi executada.