A chamada “Terceira Força”, uma articulação que começou com o PSB, PV e PDT, decidiu firmar nesta sexta-feira “o compromisso de construírem, juntos, um novo projeto para o desenvolvimento do estado de Mato Grosso”. Agora, com o reforço do PPS, PCdoB, PMN e PRTB. Esse tal “novo projeto de desenvolvimento” , na prática, significa a construção de uma aliança eleitoral para disputar a eleição do ano que vem. Na reunião, realizada na sede do PDT, voltaram a ser mencionado os nomes do deputado estadual Otaviano Pivetta, do PDT; do empresário Mauro Mendes, recém-chegado ao PSB; e do deputado Percival Muniz, do PPS.
Fora isso, o PDT ainda cogita a hipótese de ter a filiação do procurador da República José Pedro Taques, que vem discutindo a possibilidade de ingressar na política e está avaliando um partido que lhe possa dar condições de disputar a eleição ao Senado Federal. Além do PDT, Taques discute a possibilidade de se filiar ao Partido Verde, da senadora Marina Silva, pré-candidata a presidente da República. “Vamos insistir em filiá-lo” – disse Luluca Ribeiro, da Juventude do PDT.
Na quinta-feira, o projeto dos seis partidos será levado ao empresário Mauro Mendes. Ele não participou da reunião. A princípio, como sempre na política, o ponto de partida e conversar, mas, em verdade, a “Terceira Força” buscará convencer o empresário a rever o apoio que emprestou ao vice-governador Silval Barbosa, do PMDB, cujo projeto de candidatura vem sendo “bancado” pelo governador Blairo Maggi. Ao deixar o PR para se filiar ao PSB, todos davam como certo que Mendes seria candidato ao Governo do Estado, com a proposta de apoiar Ciro Gomes a presidente.
A rigor, a saída de Mendes acabou provocando fortes reações e o empresário – que diz, como de fato, nunca ter anunciado que era candidato ao Governo – acabou por manter-se na mesma linha da época em que era do PR. Apesar de ter deixado em aberto a possibilidade de disputar a eleições do ano que vem. Mendes disse que só pretende discutir sua participação no processo eleitoral em 2010, ano da eleição.
Para viabilizar esse projeto, será realizado um grande encontro popular e democrático, em Cuiabá, no mês de novembro, com a participação de lideranças políticas, movimentos sindicais, segmentos empresariais, mulheres, negros, índios, jovens e outros. “As siglas se comprometem também em construir uma chapa de candidatos ao governo de Mato Grosso, ao Senado Federal, à Câmara dos Deputados e à Assembleia Legislativa, com lideranças empenhadas na prática política” – diz o documento oficial, extraído da reunião.
“O quadro político é bom e o projeto também é muito bom” – emendou o deputado Otaviano Pivetta. Segundo ele, o mais importante é que o projeto prevê a participação e, acima de tudo, ocupação de espaço por todos que participam. Segundo o parlamentar, que vive entre críticas e afagos com o governador Blairo Maggi, de quem é amigo pessoal, os projetos políticos de outros partidos “não atentam aos interesses da sociedade”.
O documento conjunto fala em ainda em “necessidade” e “sonhos” e que os seus partidos, através de suas lideranças, “se comprometem em trabalhar socialmente por um Mato Grosso mais justo, ambientalmente sustentável e economicamente forte”.