A repercussão negativa quanto ao desmatamento apontado pelos levantamentos oficiais divulgados na última quarta-feira levaram o governo do Estado e a bancada federal a definir uma série de medidas que serão implementadas de forma paulatina e recorrente para que não se afrouxe a fiscalização e o endurecimento com aqueles que insistem em desrespeitar as leis ambientais.
No próximo sábado, na capital do Pará, Belém, acontece a reunião dos governadores da Amazônia e o governador Silval Barbosa (PMDB) quer sair de lá com definições, e não apenas propostas e discussões, para uma atuação conjunta de todas as unidades que são abrangidas pela Amazônia Legal. "Vamos formar equipes estaduais para se unirem às federais em busca de reprimir de forma exemplar este tipo de crime", ponderou.
Já o senador Blairo Maggi (PR/MT) conseguiu ver aprovado o seu parecer favorável, na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), que por unanimidade autorizou os agricultores a financiarem a recuperação de áreas degradadas com recursos do Fundo Nacional do Meio Ambiente, que hoje teria mais de R$ 1 bilhão disponível.
O projeto de lei agora será encaminhado para a Comissão de Meio Ambiente, onde será apreciado em caráter terminativo. "É uma importante proposta que vai possibilitar aos produtores que se utilizem de áreas já abertas para serem recuperadas e utilizadas novamente, preservando aquelas intactas", acrescentou Blairo Maggi.
Silval Barbosa leva ainda outra ação considerada essencial, que seria a de cada um dos estados amazônicos ter um representante no Gabinete de Crise criado pelo Ministério do Meio Ambiente e a formação de uma força tarefa policial para cobrir todos os estados em busca de desmatadores e de outros crimes ambientais, reforçando que o setor produtivo não desmata, pois ele depende do equilíbrio do sistema ambiental para a produção ter qualidade e produtividade.
"Vou construir um entendimento com a ministra Izabella Teixeira, pois nosso interesse é participar ativamente de todas as decisões nesta seara para que amanhã ou depois não sejamos tratados como omissos. Mato Grosso, de 2003 até agora, reduziu em mais de 90% o desmatamento e não vamos deixar que a situação do passado volte a se tornar uma realidade", disse o governador.
"Não adianta se acreditar que este é um processo único. Sempre teremos que estar unidos para combater aqueles que vivem da exploração dos recursos naturais e buscando novas fórmulas e tecnologia para se enfrentar o inimigo. Não aceitamos mais a pecha de desmatador. Somos produtores de alimentos, de riquezas", disse o governante, que acredita sair do encontro com os demais governadores com soluções prontas e acabadas para serem colocadas em execução, pois a crise que atinge um, atinge a todos.