Depois de lutar dois dias contra a instalação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) mista para apurar as denúncias de corrupção nos Correios, o PT decidiu ceder e não tentar mais impedir os trabalhos da comissão. Segundo o líder do PT na Câmara, deputado Paulo Rocha (PA), o PT vai aceitar a CPI e evitar “que ela não seja instrumento de luta política”.
Justamente para evitar que a CPI seja ampliada e investigue outras denúncias de supostos casos de corrupção no governo, os líderes da base aliada alinharam seus discursos a favor de uma investigação profunda desta denúncia, com a atuação dos integrantes da base, para evitar que a CPI fuja de controle.
O líder do PSB, deputado Renato Casagrande (ES), disse nesta quarta-feira que seu partido apóia a CPI, que não há como evitar sua instalação e deixou de nomear a CPI como a da corrupção nos Correios e passou a chamá-la de “o caso Roberto Jefferson”. Segundo ele, a CPI só não pode virar “palco e palanque da oposição e deve se restringir a esta denúncia”.
A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) afirmou que o seu partido só decidirá sua posição em relação ao pedido de abertura da CPI depois de ver o texto do requerimento feito pela oposição.
Ideli afirmou que o PT ainda “não sabe o que está sendo pleiteado” e que certas afirmações feitas em discursos “são inadmissíveis”. Ela disse ainda que a decisão da bancada do PT no Senado será discutida com os parlamentares petistas da Câmara e também com os aliados.
O líder da minoria na Câmara, deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), avaliou que a CPI é um primeiro passo nas investigações das várias denúncias de corrupção que “pipocam” por todo o país.
Segundo ele, a oposição vai esperar que o STF (Supremo Tribunal Federal) decida o destino das denúncias envolvendo o ministro da Previdência, Romero Jucá, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, antes de se posicionar por investigações no Congresso sobre estas questões.
“Vamos confiar nas instituições. Vamos esperar as investigações da Polícia Federal sobre as denúncias de Rondônia e Alagoas e as decisões do Supremo sobre Jucá e Meirelles. Cada coisa a seu tempo”, afirmou Aleluia.
A ala de esquerda do PT decidiu ontem apoiar a criação da CPI mista e garantiu 13 assinaturas ao requerimento apresentado pela oposição.