A declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que faz campanha 365 dias por ano levou a oposição a apelar ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e propor medidas mais duras para evitar o possível uso da máquina pública para a campanha eleitoral.
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse que a legenda analisa a possibilidade de enquadrar o presidente na Comissão de Ética Pública, órgão ligado à presidência criado em 1999 para investigar atos de autoridades que descumpram as normas do Código de Conduta.
O líder da minoria, José Jorge (PFL-PE), quer que o tribunal mande um observador a cada viagem do presidente. “Ele está dando um péssimo exemplo para os outros partidos”, afirmou.
No entendimento dos pefelistas, as inaugurações de obras nas viagens feitas pelo presidente estariam configurando o uso da máquina pública e antecipando a campanha.
“Ele confessou que tem feito campanha 365 dias por ano. Isso pode ter um efeito cascata. Se não houver uma posição forte do TSE contra o presidente Lula, daqui a pouco os governadores estarão com palanque armado nos Estados”, disse Efraim Morais (PFL-PB).
O PSDB deve ingressar com novas ações no TSE contra o presidente. As alegações serão de uso da máquina pública e antecipação de campanha eleitoral. As denúncias, inclusive, são apontadas como razões pela oposição para a recuperação do presidente nas pesquisas eleitorais.
Na última pesquisa Datafolha, divulgada nesta semana, Lula passa à frente do prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), e amplia a vantagem sobre o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).
Pelo levantamento, 39% dos eleitores votariam em Lula, contra 31% dos que escolheriam Serra. Na pesquisa anterior, os dois estavam empatados. No segundo turno, de acordo com o levantamento mais recente, Lula bateria Serra por 49% a 41%; na pesquisa anterior, o presidente perderia para o adversário tucano por 48% a 43%.A