O PSD definiu que não irá participar de nenhum bloco que venha a ser criado na Assembleia Legislativa após reunião partidária, realizada hoje. O líder do partido, deputado estadual Walter Rabello, iniciou entendimento para criação de um bloco independente, que não seria da oposição, mas abriria o diálogo, para não seguir todos os entendimentos pertinentes ao governo. Tendo em vista a eminência de criação do bloco independente, a oposição se articulou e resolveu criar um grupo, sem o PSD, e que seria composto pelos deputados Zeca Viana (PDT), Antônio Azambuja e Ezequiel Fonseca (ambos do PP), Guilherme Maluf (PSDB), Ademir Brunetto (PT) e Luciane Bezerra (PSB).
O líder do PSD explicou que após divulgação na imprensa, de que a oposição também criaria um bloco, o partido resolveu manter a unidade na própria bancada, tendo em vista que conta com seis parlamentares. Apesar de Zeca Viana afirmar que o bloco independente pretendia contar com o PSD, Ezequiel Fonseca, presidente do PP, já havia declarado que o bloco com os principais nomes da oposição, não contaria com os parlamentares da base governista.
Para Rabello, seria contraditório criar um bloco com intuito oposicionista, sendo que o PSD compõe a base governista de Silval Barbosa (PMDB) e acumula três pastas na gestão, sendo a de Cidades, Agricultura e Cultura.
Zeca Viana ponderou que a dificuldade dos parlamentares do PSD é a relação da sigla com o governo e garantiu que mesmo com o recuo do partido, os demais parlamentares prosseguirão com a criação deste bloco.
Rabello explicou que o PSD decidiu, em reunião, que o partido irá fortalecer a atuação de seus parlamentares para agilizar ações da sigla dentro do Parlamento. "Não vamos mais criar o bloco independente, em função deste bloco de oposição, para não misturar as coisas. Seria contraditório o PSD integrar um bloco da oposição e estar no governo. Então, retiramos a propositura de criação do bloco independente para que não haja distorção".
O intuito do PSD é fortalecer o governo e as pastas da sigla. "Entramos em consenso de que teremos mais unidade e a tendência é fortalecer as ações parlamentares dos nossos seis deputados estaduais e usar nossa força para aumentar a atuação".
Já Viana ressalta que o bloco será criado independente do posicionamento dos parlamentares do PSD. "Se viesse mais três do PSD, teríamos nove parlamentares, sendo que atualmente contamos com seis nomes, queremos reforçar este bloco e continuar".
Os oposicionistas já dão mostras de que farão uma atuação mais contundente no que concerne à atual gestão, sendo que já debatem possibilidade de criar Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as Organizações Sociais de Saúde (OSS), atual modelo de gestão da saúde pública.
Viana explica que os deputados devem convocar o deputado federal Pedro Henry (PP), ex-secretário de Saúde, que afirmou em coletiva à imprensa, que R$ 18 milhões por ano, que são repassados pelo Ministério da Saúde, não estão sendo investidos no Hospital Metropolitano de Sinop. "Iremos convocar o deputado para ele esclarecer a denúncia, já que levantou a suspeita e para instaurar a CPI, devemos entrar em consenso, entre hoje e amanhã", considerou.
Antônio Azambuja, que irá integrar o bloco e é presidente da Comissão de Saúde da AL, adiantou que Henry não será convocado, e sim convidado amanhã (15), para ir ao parlamento prestar esclarecimentos sobre a denúncia e apresentar a documentação que comprovaria o suposto desvio de recursos.
No entanto, com apenas seis nomes, o bloco da oposição não conseguiria viabilizar uma CPI, tendo em vista que são necessárias oito assinaturas para abertura de investigação na AL. Sobre possibilidade de assinar CPI, Rabello considera não tem como adiantar o posicionamento da bancada do partido, que irá atuar em unidade, mas que todos os parlamentares devem avaliar. "Todos como parlamentares devemos avaliar, agora dizer que iremos avalizar, existe uma grande distância", concluiu.