Uma comissão de sindicância foi instaurada pela Procuradoria Geral de Cuiabá para apurar supostas irregularidades relacionadas aos procuradores do município, que tiveram os benefícios suspensos a pedido da própria procuradoria. Conforme o procurador-geral do município, Fernando Biral, serão investigadas denúncias feitas pelo Ministério Público Estadual (MPE) de que houve cumplicidade entre os procuradores para beneficiar colegas de profissão. A comissão tem o prazo de 60 dias para concluir o relatório final.
O procurador afirma que se os procuradores tiverem cometido alguma falta disciplinar será aplicada a penalidade cabível. Ele pondera, porém, que apesar de alguns procuradores receberem salários consideravelmente altos os pagamentos são feitos de acordo com os requisitos previstos em lei.
Fernando Biral cita o caso do procurador Francisco Monteiro, que recebe R$ 26 mil mensais, pouco abaixo do salário de presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), de R$ 26,7 mil. O acúmulo de valores incorporados ao salário do procurador de carreira, cujo valor base é de R$ 3,6 mil, se deu pelos cargos ocupados de deputado estadual por dois mandatos, prefeito de Nossa Senhora do Livramento (localizada a 42 quilômetros de Cuiabá) e ex-secretário de Educação do Estado. Além do cargo de procurador, Chico Monteiro, como é mais conhecido, é assessor jurídico da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa.
O projeto aprovado na Câmara de Vereadores limitou o valor máximo de R$ 14,3, o correspondente ao salário do prefeito Chico Galindo (PTB). A medida, porém, não reduzirá a remuneração de quem já possui direito adquirido, como, a de Monteiro.