Em ato no porto peruano de Ilo, no sul do país, o presidente peruano abriu os envelopes da licitação para a edificação de três trechos da estrada e, em seguida, recebeu os 39 participantes do Primeiro Rali Interoceânico Peru-Brasil 2005 (um evento automobilístico organizado para promover o projeto)
Dois trechos do “corredor do Pacífico” ficaram para a empreiteira Norberto Odebrecht e um para a Andrade Gutierrez, confirmaram as duas empresas para a AFP no Rio de Janeiro.
O acordo para a construção foi assinado, inicialmente, por Toledo e o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, em 5 de novembro do ano passado, durante a reunião de Cúpula do Grupo do Rio e confirmado em dezembro, em Cuzco.
“Com a abertura dos envelopes relacionados à decisão de meu governo de realizar este projeto calculado em 892 milhões de dólares, vamos levar adiante este sonho de tantos anos: vamos poder chegar ao Brasil em 24 horas através desta estrada, contra os 15 dias que demoram até agora”, comemorou Toledo.
Este projeto faz parte da IIRSA (Iniciativa para a Integração da Infra-estrutura Regional Sul-Americana) e permitirá a chegada dos produtos brasileiros aos portos de Marcona, Ilo e Matarani, no sul do Peru, no Oceano Pacífico.
Para o Brasil, esta estrada será importante porque facilitará o escoamento de seus produtos para o continente asiático.
Além disso, segundo Toledo, os produtos peruanos chegarão muito mais rápido ao mercado brasileiro, aumentando o intercâmbio comercial com os estados do Acre, Amazônia, Rondônia e Mato Grosso e também com a vizinha Bolívia.
A estrada terá 2.600 km de extensão, dos quais 1.100 km em território peruano.
“A nova via beneficiará 5,6 milhões de cidadãos peruanos e representará um aumento anual de 1,5% no PIB”, disse Toledo.
Os Governos de Brasil e Peru concordaram em incentivar projetos de investimentos nas zonas de fronteira para ampliar o comércio bilateral.
A estrada é também considerada a “pedra” fundamental da Comunidade Sul-Americana de Nações.