O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso, Francisco Faiad, comemorou a decisão da Justiça do Uruguai em recusar os recursos protelatórios da defesa de João Arcanjo Ribeiro, o “comendador”, contra o processo de extradição solicitada pelo Governo brasileiro. Ele disse que espera agora que a ação da Polícia Federal não seja novamente frustrada, desejando uma rápida ação para trazer o criminoso de volta para o Brasil. Apesar disso, recomendou cautela.
“Precisamos saber onde esse cidadão ficará preso” – disse. Ele lembrou que até hoje as autoridades policiais de Mato Grosso não deram uma resposta eficiente para a fuga de Célio Alves, o homem acusado de realizar vários crimes a mando da organização criminosa liderada por Arcanjo. “É preciso deixar claro que Arcanjo será um preso de altíssimo risco” – disse, lembrando dos inúmeros recursos do criminoso e as ramificações de suas atividades ilícitas junto ao aparato policial.
Crítico, Faiad destacou que “Mato Grosso não precisa de uma nova fuga espetacular”. O presidente da OAB acha que as autoridades judiciárias do Estado, aos quais João Arcanjo responderá pelos crimes que cometeu, devem avaliar a real capacidade do sistema penitenciário local para recepcionar e manter Arcanjo preso. “É preciso que se cerque de todas as garantias necessárias e possíveis” – ele acentuou.
Francisco Faiad destacou, por outro lado, que a decisão da Justiça do Uruguai representa uma vitória máxima da diplomacia brasileira e elogiou os esforços dos agentes públicos para garantir o bom andamento do processo até a operacionalização do processo de extradição, através da remoção do criminoso para o Brasil. “Arcanjo tem muitas respostas a dar. E queremos acompanhar isso de uma forma muito de perto porque envolve, segundo as denúncias, diversas esferas de poder” – assinalou.