“Queremos que a Assembléia Legislativa interceda em prol dos delegados de polícia do Estado”, pediu o presidente do Sindicato de Delegados de Mato Grosso, Sebastião Finato. Ele informou que a situação já se arrasta há meses e que desde o ano passado já houve possibilidade de deflagrar uma greve.
O presidente do Legislativo, deputado Silval Barbosa (PMDB) antecipou que a Casa vai intermediar as reivindicações para buscar entendimento junto ao Executivo. “A Mesa Diretora vai analisar o pedido da categoria e intermediar as negociações com o Governo do Estado”, disse o parlamentar.
Finato lembrou que o governo aprovou um projeto de verba indenizatória apenas aos servidores da Secretaria de Fazenda (SEFAZ). Ele explicou que o governador Blairo Maggi se comprometeu em equacionar definitivamente a situação salarial da categoria no exercício de 2005.
“Infelizmente houve resistência por parte do secretário de Fazenda e o teto que havia sido ajustado em R$ 14 mil não foi cumprido”, lamentou o presidente, ao declarar que o teto estipulado em R$ 10,5 mil é insuficiente e não atende as necessidades da classe.
Eles questionam a mensagem do Executivo, que só atende os servidores ativos do Grupo TAF. Segundo Finato, a verba indenizatória discrimina o servidor aposentado e que a insatisfação da categoria chegou a um ponto extremo. “Não há mais como suportar esse arrocho salarial que estamos passando”, afirmou, ao agradecer o intermédio dos deputados para resolver o impasse.
A categoria vai aguardar um posicionamento do Governo do Estado para analisar a possibilidade de estabelecer uma greve.
Demanda
O presidente do Sindicato dos Delegados de Mato Grosso, Sebastião Finato informou que apenas 184 delegados atuam em Mato Grosso, sendo que para atender a demanda seriam necessários 400 profissionais. Com isso, 81 cidades mato-grossenses estão carentes dos serviços. “Último concurso foi realizado em 1999”, questionou.
Cidades como Ipiranga do Norte, Guarantã do Norte e Marcelândia possuem delegacias, mas não têm o delegado. A situação nessas delegacias é contornada com o suporte que recebe de delegados das cidades vizinhas. A região de Sinop – norte de Mato Grosso, tem uma carência de 16 profissionais.
“O delegado acaba acumulando tarefas sem ganhar nada por isso. Temos dificuldades em vários setores”, afirma Finato. Ele citou a Corregedoria do Estado, que mesmo exercendo relevante trabalho mantém apenas cinco delegados, sendo que o ideal, segundo o presidente, seria um efetivo de 18 servidores.