O PMDB governista vai informar hoje ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que está descartada uma aliança formal entre o partido e o PT em torno da sua candidatura à reeleição. O recado será dado no jantar que será oferecido hoje à noite pelo presidente Lula ao grupo governista do PMDB –liderado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL)–, na Granja do Torto.
Lula será avisado pelo PMDB “governista” que terá o apoio da maioria do partido, mas informalmente. Com isso, o presidente ficará livre para escolher o vice de sua chapa em outra sigla.
Para demonstrar o apoio informal ao presidente, os governistas estudam lançar um movimento pró-Lula. Segundo o senador Ney Suassuna (PMDB-PB), “na melhor das hipóteses”, a frente deve contar com o apoio de 19 diretórios, “na pior”, de 16 e, na “mais provável”, de 18 diretórios.
O senador apontou sete localidades que não devem aderir ao movimento pró-Lula. São eles: Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Acre e Pernambuco. Esses diretórios devem apoiar o tucano Geraldo Alckmin. Os demais ou estarão com o presidente Lula ou com outros candidatos.
Para os peemedebistas contrários à candidatura própria do partido ao Planalto, a vaga de vice não interesse. A avaliação é que “vice não manda” e que o melhor para o partido é eleger as maiores bancadas na Câmara e no Senado e o maior número de governadores.
A maioria do PMDB deve apoiar o presidente Lula por causa do desempenho dele nas pesquisas eleitorais. Os últimos levantamentos demonstraram que o petista venceria a eleição hoje no primeiro turno. Suassuna cita a Paraíba, onde Lula tem 70% das intenções de votos. “Como vou apoiar outro candidato? Ninguém sabe quem é Alckmin na Paraíba”, afirmou.
No jantar com o presidente, os governistas também irão cobrar reciprocidade do PT. Em vários Estados, o PT lançou candidatos mesmo sem condições de disputa. O PMDB governista quer que o PT nacional imponha aos Estados as decisões tomadas nacionalmente e que quando o PMDB tiver mais chances de vitória, que o PT abra mão das candidaturas para apoiar o partido.