sexta-feira, 26/abril/2024
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PF aponta que ex-deputado Valtenir usava laranjas em esquema de propina; ex-prefeito é preso

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Gazeta Digital com Só Notícias (foto: Lucas Barnardo Jr/Ag. Câmara/arquivo)

Investigação da Polícia Federal, na operação deflagrada hoje, investiga esquema de desvio de recursos federais e pagamento de propinas nas prefeituras de Confresa (1.160 km a Nordeste de Cuiabá) e Serra Nova Dourada (1.125 km a Nordeste) aponta que o ex-deputado Valtenir Pereira (MDB) intermediou a contratação de empreiteiras responsáveis por obras de infraestrutura nos municípios de Confresa e Serra Nova Dourada, junto ao Ministério da Infraestrutura, responsável pela liberação de recursos federais. Conforme o delegado regional de Combate ao Crime Organizado da PF, Carlos Henrique Cotta Dangelo, na primeira fase da operação, em janeiro, após uma análise de documentos apreendidos, ficou constatada a participação de Valtenir, que agia por meio de seus assessores. Marcelo Luiz Faustino, que está preso desde as primeiras horas da manhã desta quinta-feira (22), na sede da Polícia Federal, em Cuiabá. “Ele era o canal com Brasília. Facilitava a contratação das empreiteiras, aí quando vinha o recurso do convênio, o grupo desviava”, destacou o delegado à imprensa.

Só em Confresa o Ministério da Infraestrutura liberou a verba para a construção de 8 pontes. Apenas uma foi construída. Já em Serra Nova, nenhuma das 10 pontes previstas para serem construídas saiu do papel. Estima-se que R$ 601 mil foram desviados para propina, sendo que em Confresa o valor foi de R$ 413 mil e em Serra Nova R$ 187 mil.

Apesar de usar os assessores como laranja para se proteger, a PF informou que toda a investigação aponta para a participação de Valtenir. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na casa do ex-deputado. O celular dele foi apreendido.

As investigações mostraram que Valtenir Pereira (MDB) teria viabilizado convênios do governo Federal com as prefeituras de Confresa, com a justificativa da construção de pontes de concreto emergenciais.

No entanto, os prefeitos realizaram licitações com irregularidades, com fraudes para que determinados empresários ganhassem os processos, além de medições fraudulentas e atestados de serviços que não eram realizados, mas mesmo assim pagos.

Segundo a PF, as propinas pagas eram repassadas aos prefeitos e também ao ex-deputado, por meio de contas de terceiros.

O ex-prefeito de Confresa Gaspar Lazzari (PSD), foi preso na operação por obstrução da Justiça. Investigação aponta que ele tentou sumir provas e desfazer testemunhos. A investigação apontou ainda detalhes da relação de Lazzari com as empreiteiras. Conforme o delegado Carlos Henrique Cotta Dangelo, do setor de Combate ao Crime Organizado, a empreiteira pagava contas do ex-prefeito.

“Além de pegar o dinheiro em espécie e por meio de transferência bancária, o ex-prefeito ainda dava contas, boletos, para os empreiteiros pagar. Ele fazia dívidas, por exemplo, em hotéis de Cuiabá e quem pagava era o empreiteiro”, disse.

Só em Confresa, estima-se um valor de R$ 413 mil de propina entre os agentes públicos. “Houve a liberação da verba para a construção de 8 pontes no município, mas só uma foi construída”.  O ex-prefeito de Serra Nova Dourada, Edson Ykio Ogatha foi alvo da ação. Policiais foram até a casa dele para cumprir mandados de busca e apreensão.

Na cidade o desvio foi de R$ 187 mil e das 10 pontes previstas, nenhuma saiu do papel. Também está preso o ex-assessor de Lazzari e o assessor do ex-deputado Valtenir Pereira,  Marcelo Luiz Faustino.

Foram expedidos mandados de busca e apreensão contra: Meudra Pereira dos Santos; ex-deputado federal Valtenir Luiz Pereira; ex-prefeito de Confresa Gaspar Domingos Lazari; Marcelo Luiz Faustino Pereira; BSB Consultoria; Public. Assessoria e Consultoria LTDA; Wilton Rodrigues Baracho; Wildson Rodrigues Baracho; ex-prefeito de Serra Nova Dourada, Edson Yukio Ogatha; Acacio Alves Souza; Markus Tulio Ferro de Brito; Rodrigo Zacarias Aleixo e Rita de Cassia Morais Ribeiro ME.

Além da busca e apreensão, a Justiça também decidiu pelo sequestro de bens de Edson Yukio Ogatha, Valtenir Luiz Pereira, Gaspar Domingos Lazari, Acacio Alves Souza e Marcelo Luiz Faustino Pereira, e Wilton Rodrigues Baracho.

 

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