O terno promete ser impecável. O vestido já está planejado. O véu promete ser deslumbrante, com uma calda de dar inveja. O buquê já está definido e será confeccionado com as mais perfumadas rosas. Os costureiros começam a definir como será o vestido, suas formas, seus brilhantes, seu decote. Falta apenas definir quem será a noiva para o casamento que está programado para o início de outubro de 2006. O noivo. Bem esta já foi escolhido. É o Procurador Geral da República em Mato Grosso, Pedro Taques, que desponta como o principal candidato à cadeira do Palácio Paiaguás, em substituição ao governador Blairo Maggi.
O procurador PedroTaques tem evitado a imprensa, não admite a possibilidade de sair candidato ao governo do Estado. Garante até não estar filiado a nenhum partido. Mas nos bastidores políticos a certeza é a de que ele é o “noivo da vez” na disputa que promete ser uma das mais marcantes da história mato-grossense. “Já tivemos políticos de carreira no poder. Agora temos o agronegócio no Paiaguás. A partir de janeiro de 2007 poderemos ter a Justiça comandando os destinos de Mato Grosso”, disse um jornalista com livre trânsito no meio político estadual e acostumado a analisar com muita destreza os caminhos para se chegar ao poder no Estado.
Mas para que Pedro Taques saia realmente candidato ao governo do Estado, será preciso a tomada de duas decisões importantes. A primeira é deixar o cargo que ocupa na Procuradoria Geral da União, uma exigência da Constituição Federal para entrar na carreira política. A segunda é encontrar a noiva, ou seja, o partido em que irá disputar o governo do Estado. A primeira decisão é o que vinha travando uma tomada de posição por parte do procurador, deixar um emprego certo, onde se destaca por suas posições fortes contra o crime organizado para disputar um pleito eleitoral cheio de incógnitas e onde não existe como prever uma vitória. Mas com as denuncias que vem se transformando em manchetes na imprensa mato-grossense, brasileira e até do exterior de corrupção e desmandos contra o meio ambiente no governo Blairo Maggi, a tomada de posição de Taques pode acontecer mais cedo do que se esperava.
Vários caciques partidários estão aproveitando este momento para encontros com Pedro Taques. As conversas giram em torno da possibilidade do procurador ingressar em um partido e disputar o governo do Estado. Já foi procurado pelo PFL, pelo PP, pelo PL e pelo PMDB, que parece ser seu porto seguro em uma eventual disputa partidária. “O Pedro Taques sempre teve uma queda pelo nosso partido. Gosta de nossas idéias, de nossos objetivos e tenho certeza que irá aceitar nossa proposta para disputar as eleições de 2006. Com ele seremos fortes e vamos retornar ao Palácio Paiaguás”, chegou a declarar no início do ano o presidente da sigla, Carlos Bezerra.
Apontado como o nome ideal para a disputa em 2006 e liderando as pesquisas que vem sendo realizadas em vários segmentos da sociedade mato-grossense, Pedro Taques também é namorado pelo PPS de Blairo Maggi que o quer como seu vice na reeleição. Entretanto, diante do atual quadro político, na queda da popularidade do governador que vem enfrentando seguidas denúncias, ninguém aposta mais na possibilidade do procurador aceitar a condição de vice. “O quadro é outro. Ele surge como a única pessoa capaz de assegurar a governabilidade de Mato Grosso, de promover melhorias na questão social e dar continuidade ao crescimento econômico do Estado. Além disso é um homem de caráter, que se caracterizou contra o crime organizado e que não vai, em hipótese alguma, aceitar que a corrupção continue a campear em Mato Grosso”, disse um cacique político que o quer em sua sigla partidária como candidato ao governo do Estado.