A pauta de votação da Câmara de Vereadores de Rondonópolis pode ser destrancada na sessão de hoje. Ontem, a movimentação e as conversas nos bastidores entre a mesa diretora, vereadores e até mesmo representantes dos servidores foram intensas para tentar buscar um fim para o impasse. Os vereadores optaram por trancar a pauta como forma de garantir apoio aos servidores públicos municipais que estão em greve desde o dia 31 de maio.
O presidente da Câmara, Hélio Pichioni, não deu muitos detalhes sobre a questão do destrancamento. O líder do PR na Casa, Mohamed Zaher, antecipou que o destrancamento vai depender dos servidores. "Se eles pedirem nós podemos fazer isso sim".
O republicano, por outro lado, deixou bem claro que a bancada do PR não vai aceitar interferência política de grupos ligados ao Executivo para pressionar o destrancamento da pauta. Ele citou, textualmente, o presidente da Unisal, Miguel Milani, que ameaça ir ao Legislativo para pedir a volta das votações nas sessões. "Se o pedido partir deles [Unisal] nós vamos sim manter a pauta trancada, mas se o Sispmur pedir vamos atender, afinal nós somos parceiros dos servidores", afirmou o líder do PR.
O primeiro vice-presidente da Câmara, Olímpio Alvis, admitiu que a tendência na sessão de hoje pode ser pelo destrancamento. "Somos parceiros dos servidores, estamos com eles e estamos dando a nossa parcela de contribuição e vamos sim conversar sobre essa possibilidade [destrancamento da pauta de votação]", afirmou.
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Rondonópolis (Sispmur), Rubens Paulo, antecipou ontem que não haverá pressão em cima dos vereadores. "A decisão é deles [vereadores], eles sabem o que vão fazer, não vamos fazer qualquer tipo de pressão".
A pauta de votação na Câmara de Vereadores está trancada desde o dia 2 junho, quando os vereadores Cido Silva (PP), Reginaldo dos Santos (PPS), Mariuva Valentim Chaves (PMDB), Manoel da Silva Neto (PMDB), Adonias Fernandes (PMDB), Milton Mutum Araújo (PR), Olímpio Alvis (PR), João Gomes (PR) e Mohamed Zaher votaram a favor da medida. O requerimento verbal foi feito pelo próprio Zaher e prevê o trancamento "até quando a situação dos servidores públicos municipais for resolvida".
No dia 9 de junho, a vereadora Mariuva Valentim voltou atrás e pediu o destrancamento, mas o pedido foi rejeitado pelo presidente da Câmara, Hélio Pichioni. Na semana passada, a vereadora acionou o Ministério Público com a mesma intenção.