quinta-feira, 2/maio/2024
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Oposição prepara ação contra Lula após revelações de pleito de Valério

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O líder do PSDB no Senado, Artur Virgílio (AM), se disse “escandalizado” com as revelações feitas pela Revista Veja, que cricula neste final de semana, que o presidente Lula teria intercedido por pleito do lobista e envolvido no mensalão Marcos Valério. O senador fez duras criticas ao presidente, em entrevista ao jornalista Josias de Souza, em seu blog. Leia as declarações do senador e a transcrição da notícia de Veja:

* “O PSDB vai se associar ao PFL numa representação que será protocolada nesta semana no Ministério Público para que sejam investigadas as contas de campanha do presidente Lula”;

* “A partir dessas novas revelações, se não acontecer nada com o presidente Lula, o Palácio do Planalto terá aplicado uma mega-injeção de éter em toda a nação brasileira;”

* “Lula torna-se agora um inelegível virtual. Não é possível que seja reeleito pelo voto. Tentaremos transformá-lo num inelegível legal. Veremos o que vai acontecer;”

* “Sem nenhuma dúvida, esses episódios serão incorporados às investigações das CPIs dos Correios e dos Bingos. Isso é lavagem de dinheiro, um crime sério;”

* “Confirmadas as participações de auxiliares do ministro Antonio Palocci [Fazenda], ele está no chão;”

Virgílio disse ainda que conhece “muito bem” o ex-diplomata cubano Sérgio Cervantes, apontado por “Veja” como intermediário de uma remessa de US$ 3 milhões para as arcas da campanha de Lula.

“No tempo em que militávamos contra a ditadura, estive várias vezes com o Cervantes”, disse o líder do PSDB. “Ele era interlocutor freqüente de Cuba com a esquerda brasileira. Ninguém melhor do que o Cervantes para atuar numa operação como essas. Se o assunto é dinheiro, ninguém mais credenciado do que o Cervantes.”

Eis os principais trechos da abertura da segunda reportagem de destaque de “Veja” deste final de semana. A íntegra do texto, do repórter Felipe Patury:

“Em julho passado, uma reportagem de capa de VEJA revelou que o lobista Marcos Valério de Souza chantageou o governo. A matéria dizia que Valério exigira 200 milhões de reais para não revelar o inteiro teor de sua relação com os líderes do Partido dos Trabalhadores. Aquele valor, adiantava a reportagem, equivaleria ao prêmio que o lobista mineiro esperava obter caso fosse bem-sucedido em desembaraçar junto ao Banco Central uma antiga e grossa encrenca financeira: o encerramento da liquidação dos bancos Econômico e Mercantil de Pernambuco. Dependendo da forma como fosse encaminhada a operação, ela poderia dragar dos cofres públicos até 1 bilhão de reais. Valério empenhava-se em solucionar o caso a pedido do Banco Rural, que sonhava em comprar o controle do Mercantil. Empenhava-se também em nome do banqueiro Ângelo Calmon de Sá, do Econômico. Atuava ainda em nome próprio e no interesse financeiro do PT, que ficaria com parte da recompensa caso a transação fosse aprovada. “Valério disse que era capaz de resolver meu problema, que poderia fazer o Banco Central suspender a liquidação do Econômico. Disse ainda que não queria nada em troca para ele mesmo. Queria que eu contribuísse com o PT quando estivesse tudo resolvido. Concordei com essa proposta, é claro”, disse Calmon de Sá a VEJA.

Pelo que se sabe hoje, Valério esteve à beira de conseguir seu intento. A operação de encerramento das liquidações dos bancos Mercantil e Econômico foi abortada depois que Valério se tornou uma figura nacional e passou a ser conhecido como “aquele carequinha mineiro que falava de dinheiro como se ele caísse do céu” – nas palavras do ex-deputado Roberto Jefferson, responsável pela súbita notoriedade do operador financeiro do PT. Começam agora a surgir detalhes de como Valério atuou dentro do Banco Central para conseguir aprovar o negócio. Ele esteve perto, muito perto de arrancar o 1 bilhão de reais dos cofres públicos.”

(…)

O salvamento dos bancos falidos e a recompensa que ele produziria para Valério e associados no negócio eram vitais para garantir a longevidade do projeto petista. A amigos, em diversas ocasiões, Henrique Meirelles, presidente do BC, atribuiu boa parte do “fogo amigo” que sofreu no cargo ao fato de sua equipe técnica ter resistido ao lobby de Marcos Valério(…). De uma fonte com acesso cotidiano aos principais personagens desse episódio, VEJA ouviu nesta semana relatos que dão conta de que Meirelles recebeu pressões bem mais qualificadas do que as originárias do “fogo amigo”. Esses incentivos teriam partido de ninguém menos do que o presidente da República e de seu ministro da Fazenda, Antonio Palocci(…). Palocci não escondia de Meirelles que agia a contragosto nesse episódio e teria chegado a revelar que recebera pressões do então colega de ministério José Dirceu para dar uma solução satisfatória à questão. Muitas vezes, quando encerrava suas conversas com Palocci sobre esse caso, Meirelles comentava em voz alta que o ministro insistia para ele analisar “com carinho”. Em uma das ocasiões, Palocci teria usado com Meirelles a seguinte expressão: “Você sabe, não dá para ganhar todas”.

A fonte de VEJA ouviu confidências de Meirelles pouco tempo depois de o presidente do BC ter saído do gabinete de Lula. A mesma fonte conta que, no segundo semestre de 2004, Meirelles foi convocado por Palocci para uma reunião a três com Lula no Planalto. Uma vez no Planalto, Meirelles descobriu que Palocci não iria mais à reunião (…). Meirelles confidenciou ter encontrado Lula aborrecido. Meirelles comentou em voz alta ter ouvido do presidente naquele dia a mesmíssima argumentação que ouvira do ministro da Fazenda a respeito da resistência técnica do BC ao pleito de Marcos Valério: “Não dá para vocês ganharem todas”.

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